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Previdência Social: o que esperar para 2022?

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Está aí uma indagação de difícil resposta neste momento, porém já podemos fazer alguns prognósticos em face ao que vivemos nos últimos dois anos após a implementação da reforma previdenciária, aliada à pandemia da Covid-19 no mesmo período.

Em 11/21, a reforma da Previdência completou dois anos em vigor, tendo sido feita sob a alegação do déficit previdenciário encontrar-se em um patamar insuportável. Hoje, já provocou ela modificações expressivas na vida dos Segurados do RGPS, sobretudo em relação aos valores dos benefícios e aos requisitos mínimos para o requerimento da aposentadoria. Quanto ao Estado, especialistas afirmam que os efeitos positivos somente serão percebidos nos próximos anos, principalmente no que tange às contas públicas.

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É importante lembrar que a tão necessária economia para os cofres públicos advinda da reforma estava inicialmente prevista para mais de R$ 1 trilhão, em dez anos, e acabou caindo para R$ 855 bilhões. Em que pese ter subsistido em larga escala, a expectativa de êxito se vê ameaçada não só pelos impactos causados pela pandemia, como também por um grave erro de planejamento da própria reforma, a qual se preocupou apenas em limitar direitos, sem buscar aprimorar sua fonte de receitas, como forma de se tornar eficazmente mais sustentável, de modo a não permanecer prisioneira de um déficit orçamentário. Sendo assim, não tarda muito novas alterações estarão sendo propostas ao sistema.

Há que se considerar ainda que a pandemia efetivamente acabou por provocar efeitos negativos também no déficit previdenciário, o qual teve um crescimento de 18,6% nos últimos dois anos de vigência da reforma, sendo que em 2020, o resultado entre a arrecadação e o total de benefícios ficou negativo em R$ 259,1 bilhões, e em 2021, até os nove primeiros meses, em R$ 225,3 bilhões. Este saldo negativo do RGPS, em termos nominais, já acumula R$ 484,4 bilhões nesses dois últimos anos e supera o total do déficit registrado nos dois anos anteriores à reforma, como informa o Boletim Estatístico da Previdência Social. Logicamente, o desemprego e a crise econômica agravada pela pandemia, contribuíram para o aumento deste déficit.

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Para os Segurados, o cenário também não é dos mais positivos, pois além de já sofrerem com o absurdo de invariavelmente não terem acesso imediato aos benefícios por incapacidade temporária ou permanente em função das mazelas do próprio INSS, a base de cálculo desses benefícios foi alterada desfavoravelmente para os trabalhadores e estes, para buscarem a satisfação dos seus direitos em juízo, estão tendo que custear as perícias, mesmo sem condições financeiras para tal. Além disso, deve-se observar que as novas regras para a concessão e cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição estão bem mais contrárias ao Segurado, não sendo aconselhável que seja pleiteada sem o auxílio prévio de um especialista, a fim de analisar a melhor hipótese para o seu caso.

Quanto à pensão por morte, benefício que teve um grande aumento de requerimentos devido à pandemia, a atenção deve ser redobrada, haja vista que a nova regra reduziu a base de cálculo e o percentual da pensão, trazendo um grande prejuízo financeiro aos pensionistas, os quais, por maioria, somente se dão conta da vertiginosa queda na renda quando do recebimento do benefício.

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Gostaria muito de fechar nossa última coluna do ano com notícias auspiciosas sobre a Previdência Social brasileira, mas infelizmente não tenho como fazer diferente. Assim, só me resta desejar a todos um 2022 mais positivo, com um olhar atento para quem vamos eleger, posto que será este o gestor destes nossos interesses daí por diante. Feliz Ano Novo pessoal!!!

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