Fogueira eleitoral

Por Leandro Mazzini

16/06/2022 às 07h00 - Atualizada 16/06/2022 às 16h55

A campanha nem começou e o Nordeste – com colégio eleitoral que pode decidir a eleição – já entrou na agenda dos presidenciáveis. Mal Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas, indicou que vai pisar em alguns estados, o staff do Palácio do Planalto correu em viagens precursoras. O presidente Jair Bolsonaro confirmou para os prefeitos que vai visitar Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) no mesmo dia 24 – o Dia de São João. As duas cidades disputam há décadas o título de “maior festa junina de São João do mundo”. Para evitar ciumeira e não perder eleitores, Bolsonaro vai aparecer nas duas, evidentemente.

Belém em 2 rodas

Bolsonaro também vai visitar a região Norte, que agora ganhou as atenções da mídia mundial com a confirmação da morte trágica de Dom Phillips e de Bruno Pereira. Mas quer passar longe de Manaus, foco das investigações. Vai descer em Belém neste fim de semana para uma motociata programada por aliados.

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Viola desafinou feio

A oposição ao Governo rastreia há semanas o dinheiro de caras emendas parlamentares de deputados bolsonaristas, que bancariam esses shows milionários de sertanejos pagos por prefeituras. Porém achou um problema geral: a oposição também usa esse artifício. Os shows, aliás, foram cancelados, mas por contrato ninguém desafina a viola. O cantor ou recebe a multa (também alta) ou o restante do cachê. O que muitos prefeitos estão fazendo é apenas adiando as apresentações. E esperando a poeira baixar.

Pé na areia

O PT está tão confiante na eventual vitória de Lula da Silva para presidente que o marqueteiro Sidônio Pereira ganhou uma folga. Curte o feriadão no Litoral Sul da Bahia – será o único antes da pauleira da eleição. Sidônio já manda muito no staff no entorno de Lula, apadrinhado por Fernando Haddad (seu cliente na campanha de 2018) e pelo conterrâneo Jaques Wagner.

Mansões al mare

A situação anda feia para quem peitou a legislação ambiental pensando que dinheiro e poder são aliados da impunidade. O Ministério Público Federal pediu, a Justiça Federal acolheu e sete mansões avaliadas em mais de R$ 50 milhões podem ser derrubadas em Trancoso, em Porto Seguro. A turma conseguiu uma liminar e ganhou prazo de 45 dias – não se sabe se para preparar a reza ou mostrar documentos que garantam a trava no trator na porta.

Seu imposto

A alíquota efetiva do IR pago por 1% dos mais ricos foi de 5,25% em 2019, enquanto a classe média pagou mais do que o dobro. A maior parte da renda dos milionários é de lucros e dividendos, não tributados no Brasil. Este desequilíbrio é a alma do livro “Progressividade tributária e crescimento econômico”, com textos organizados pelo professor Manoel Pires, coordenador do Observatório de Política Fiscal. A obra financiada pela Samambaia Filantropias reúne estudos de Rodrigo Orair, Nelson Barbosa e Debora Freire, entre outros.

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Leandro Mazzini

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