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O lobisomem, a mulher verde, os orques, os pés-peludos e os anãos

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Oi, gente.

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Esta é uma semana com muita coisa para comentar e pouco espaço para escrever, então vamos ao que interessa. Para começar, tivemos “Lobisomem na noite” (Disney+), o especial de terror do Marvel Studios que só não foi uma grata surpresa porque a expectativa já era alta; logo, podemos dizer que é mais uma produção do MCU (Universo Cinematográfico Marvel) que cumpriu o que havia prometido.

Com um visual que remete aos clássicos filmes de monstros da Universal dos anos 30 e 40, “Lobisomem na noite” trouxe um grupo de caçadores de monstros reunidos para celebrar a memória de seu maior representante, Ulysses Bloodstone, e decidir por meio da caçada a um monstro quem ficaria com o artefato que dava os poderes e longevidade ao lendário caçador. Com ótimo roteiro e direção (aí sim uma surpresa) do compositor de trilhas sonoras Michael Giacchino, o especial foi uma ótima ideia da Marvel, deixando no espectador a vontade de que o MCU venha a se aprofundar na seara do terror.

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Além disso, “Lobisomem na noite” introduziu no Universo Cinematográfico Marvel dois personagens que devem aparecer no futuro, Jack Russell (Gael García Bernal) e Elsa Bloodstone (Laura Donnelly), além de um terceiro nome que não podemos revelar porque seria sacanagem dar spoilers para o ah migo leitor e a ah miga leitora. E o especial de terror mostrou, ainda, que esses especiais de 50 minutos, mais ou menos, podem ser uma boa forma de introduzir novos personagens ou dar espaço para outros já conhecidos que não renderiam um filme ou série/minissérie. Espero que o formato tenha chegado para ficar.

Também do Marvel Studios/Disney+, “Mulher-Hulk” é uma das coisas mais legais de 2022 dentro do MCU. Com episódios que não chegavam a ter 30 minutos de duração, a série divertiu em sua primeira temporada ao misturar o clima das HQs da heroína nos anos 80 escritas e desenhadas por John Byrne, sitcoms, séries de tribunal com uma pegada que lembra a saudosa “Boston legal”, quebra de quarta parede, metalinguagem, participações especiais e heróis e vilões de oitava categoria.

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O season finale, em que Jennifer Walters (Tatiana Maslany) zoa o Marvel Studios, o todo-poderoso Kevin Feige, os clichês de seus filmes e séries e o CGI usado na Mulher-Hulk, além do desfecho da “batalha final” no estilo “Monty Python e o cálice sagrado”, foi sensacional. E a série conseguiu ainda, em meio a todo esse caos, plantar diversas referências e ganchos para futuros eventos do MCU.

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Com episódios que trafegaram por diversos gêneros audiovisuais, as referências ao machismo, misoginia, as dificuldades que a mulher encontra no mercado de trabalho e relacionamentos, mais o carisma absurdo de Tatiana Maslany, “Mulher-Hulk” merece e muito uma segunda temporada e presença nos próximos filmes da Marvel. Não vacile conosco, Kevin Feige.

Por fim, também tivemos o final da primeira temporada de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”, a série inspirada na obra de J. R. R. Tolkien produzida pelo Prime Video. Os fãs do universo criado por J. R. R. Tolkien (1892-1973) estavam com as expectativas a milhão, afinal a adaptação de “O Senhor dos Anéis” para o cinema é uma das obras-primas deste século, enquanto que “O hobbit”… E havia toda uma série de especulações sobre como fariam esse prequel situado milhares de anos antes das aventuras de Frodo e cia., uma vez que a produção usaria como base anotações, contos inacabados, poemas, rascunhos etc. deixados por Tolkien.

O resultado foi uma temporada com altos e baixos, que parece ter sofrido com a falta de experiência dos showrunners, estreantes na função. Foi possível perceber que a série sofria com a falta de ritmo em determinados momentos, episódios arrastados, montagem, roteiro vacilante e diálogos que provocavam constrangimento em alguns momentos. Outro problema foram personagens mal construídos, carentes de carisma, e quem mais sofreu com isso foi Galadriel (Morfydd Clark). Outros eram esquecidos pelo caminho, e aí fica difícil criar identificação com eles.

Mas nem tudo foi ruim. O sexto episódio foi ótimo, com cenas de batalha sensacionais. Os efeitos especiais justificam os cerca de US$ 250 milhões gastos nos oito episódios da temporada, assim como figurinos, cenografia e o visual dos orques (sim, orques, tá na tradução dos livros para o português). E o que mais gostamos na primeira temporada foram os pés-peludos (os futuros hobbits) e os anãos (sim, é assim mesmo na tradução dos livros), que mereciam mais espaço na história. E dentro do espírito dos livros de Tolkien, que sempre buscaram valorizar coisas como a amizade, companheirismo e solidariedade, nada foi melhor em “Os anéis de Poder” que a amizade sincera entre o anão Dúrin (Owain Arthur) e o elfo Elrond (Robert Aramayo).

Se não empolgou como a primeira temporada de “A Casa do Dragão” tem empolgado até agora, “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” tem potencial para melhorar na próxima temporada, ainda mais que alguns mistérios foram revelados e artefatos foram forjados. É torcer e assistir.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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