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Para quem tem sede de sangue (falso)

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Oi, gente.

Quem viveu os anos 80 sabe que uma das coisas mais legais da época eram os filmes de terror de baixo orçamento e efeitos especiais toscos, com bonecos que explodiam, perdiam a cabeça, baldes e baldes de sangue artificial que jorravam dos corpos e aquelas mortes bem, mas bem nojentas mesmo. Era o tempo daquele terror apaixonado, raiz, de fundo de quintal, mostrado em filmes como “Sexta-feira 13”, “Fome animal” e da trilogia “Evil dead”, que ajudou a projetar Sam Raimi como um dos herdeiros daquela tradição de sangue e tripas que vinha desde George A. Romero e além – e que ainda ajudou a revelar para o mundo o “talento” de Bruce Campbell, que emprestou todo o seu queixo e histrionismo para o icônico Ash Williams. Para nossa alegria, a dupla voltou para a série “Ash vs evil dead”, que já estreou nos Estados Unidos e deve chegar por aqui somente em 2016.

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A continuação na telinha da saga iniciada com “A morte do demônio” (1981) tem tudo para dar certo. “Ash vs evil dead” mostra o nosso herói tentando levar uma vida pacata, bem longe dos demônios que teve de enfrentar, trabalhando em uma loja de departamentos, fumando uma erva natural e bebendo e saindo pela noite para conseguir companhia – ao mesmo tempo em que busca disfarçar a barriga saliente. Como Ash é conhecido por não ser tão inteligente, ele comete a besteira de recitar com uma guria alguns dos versos do Necronomicon Ex-Mortis (o Livro dos Mortos) em uma noite no estilo Planet Hemp, o que libera uma baciada de criaturas demoníacas dispostas a destruir o mundo e, claro, se vingarem de Ash. Agora, ele terá que encontrar o especialista em ocultismo que pode ajudá-lo a encontrar o feitiço capaz de devolver a capetada para o seu canto.

A partir daí, não vão faltar aqueles elementos clássicos dos filmes de Sam Raimi. O terror gore domina a cena com uma série quase alucinante de mortes das mais horrendas, com corpos decapitados e mutilados, cabeças explodindo, girando 180 graus, pessoas possuídas, mais mutilações, facadas, mais e melhores decapitações, outros corpos mutilados, gente andando pelas paredes, litros de sangue jorrando dos corpos, litros de sangue espirrando nos rostos dos protagonistas… Algumas mortes são tão abjetas e nitidamente falsas ao mesmo tempo (dá para ver que se trata de bonecos) que chegam a ser engraçadas. O humor negro, claro, continua a ser um dos elementos marcantes em “Ash vs evil dead”, mesmo nos momentos de maior tensão.

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E temos, claro, Bruce Campbell interpretando Ash com todos os apetrechos a que tem direito, como a clássica motosserra que ele utiliza como prótese na mão decepada e que serve para devolver ao inferno as criaturas do mal. Se ele passou os últimos 30 anos tentando fugir do passado, basta arregaçar com a primeira meia dúzia de demônios para voltar a ser o bom e velho casca-grossa de outrora, desta vez acompanhado em sua missão por um imigrante ilegal vindo de Honduras e a bonitinha da vez. Além do trio principal, Lucy Lawless, a Xena, deve aparecer com frequência na série, que teve Mimi Rogers subindo pelas paredes no segundo episódio.

Com dez capítulos (o primeiro com 40, e os restantes com 30 minutos) programados para a primeira temporada – e a segunda já confirmada pelo canal americano Starz -, “Ash vs evil dead” é a série para quem sabe que terror bom é aquele em que o sangue (falso) jorra à vontade – e que esses vampirinhos que brilham ao sol enquanto fazem beicinho merecem uma surra de cinta para virarem gente (do mal).

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Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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