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Mais uma série de séries

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Oi, gente.

Lá vamos nós de novo com a nossa querida série de resenhas coletivas de seriados. Afinal, enquanto encerramos algumas temporadas, sempre tem outras por aí pedindo a nossa atenção, carinho e afeto – sem contar as companheiras de anos e anos. Sendo assim, senta que lá vai mais uma fornada das produções que começamos ou continuamos a assistir nas últimas semanas.
Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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THE EXPANSE

Essa foi uma recomendação do amigo Társis Salvatore, fã de ficção científica e que – a despeito de ser gremista – sempre tem umas dicas da hora. No início fiquei com um pé atrás, afinal o SyFy cancelou a produção ao final da terceira temporada, mas aí eu vi que a Amazon vai produzir um quarto ano e tchan, comecei a assistir. E gostei.

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Sci-fi dos bons, passado uns 200 anos no futuro, quando a Terra colonizou Marte, outros planetas e mais um bocado de rochas gigantes pelo sistema solar. Mas nada daquele clima otimista de “Jornada nas Estrelas”. A Terra, Lua – agora Luna – e outras quebradas são governadas pela ONU, só que Marte se tornou independente e uma potência, daí os dois planetas estão em clima de Guerra Fria, disputando recursos raros – e caros – como água e oxigênio para manter as colônias espalhadas por aí.

A trama, que tem um quê de distopia, drama político e respeito às leis da física (exceção feita aos sons de explosões no vácuo espacial), é centrado em um diplomata da ONU, um detetive na colônia de Ceres e o capitão de uma nave que é destruída logo no início de tudo. Sem saber, o trio está envolvido num rebu espacial que envolve uma guria rebelde desaparecida, a luta pela independência da galera de Ceres, a beligerância entre Terra e Marte, uma ameaça biológica desconhecida e uma suposta terceira força que pode desequilibrar o jogo de poder interplanetário.
No Brasil, está disponível na Netflix.

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MARVEL’S AGENTS OF SHIELD

Esta era para ter sido incluída na última coluna sobre séries. Mas esqueci. Deve ser porque dei uma empacada depois do sétimo episódio da quinta temporada, que inclusive já terminou e foi muito elogiada. Mas esse arco passado no futuro, com a Terra destruída e os krees oprimindo os humanos restantes, está muito arrastada, parece que a história foi afetada pela greve dos caminhoneiros (piada velha?) e não consegue sair do lugar.

Do que assisti, o episódio em que o Fitz arma todo aquele esquema para também chegar ao futuro é muito legal, e a kree que arremessa as bolinhas do mal é muito boa (ou melhor, sinistra; vai que A Leitora Mais Crítica da Coluna entende outra coisa). Claro que vamos continuar na missão, afinal “Agents of Shield” nunca nos decepcionou e está interligada com o Universo Cinematográfico Marvel, e nerd que é nerd é escravo da continuidade.

 

HAPPY!

Mais uma da dobradinha SyFy/Netflix, a produção adapta para a telinha a minissérie de 2012 escrita por Grant Morrison e desenhada por Derick Robertson. Apesar de ser uma obra menos conhecida e complicada (se compararmos com “Os Invisíveis”, “Flex Mentallo” etc.) de Morrison, “Happy!” tem aquelas pinceladas de metalinguagem e de absurdo em meio à crua realidade típicas do escocês, que declarou na época do lançamento da HQ sua intenção de criar um conto de Natal. Mas no estilo Grant Morrison.

E que Natal mais bizarro, triste, pessimista – e bom de se acompanhar. Nick Sax (Christopher Meloni, de “Law & Order”) é o típico sujeito que vê o fundo do poço ficar ainda mais fundo a cada dia: ex-detetive que caiu em desgraça por conta de escândalos de corrupção, passou a ganhar a vida como matador de aluguel, abraçou o alcoolismo e tem um coração à beira do infarto definitivo. Para piorar, envolve-se sem querer numa guerra de poder da máfia e se torna alvo dos contratantes.

Como tragédia pouca é bobagem, Nick é procurado pelo diminuto, falante e incansável Happy, uma espécie de unicórnio voador que é o amigo imaginário de uma garotinha sequestrada por um maníaco vestido de Papai Noel. Segundo a criaturinha imaginária, Nick Sax é a última esperança de salvação da menina, mas claro que, a princípio, o ex-policial não vai levar a história a sério e acredita que Happy é fruto de alucinações provocadas por remédios. Aos poucos, porém, ele verá na situação uma pequeníssima chance de redenção.

Os dois primeiros episódios já assistidos mantém aquele ar agridoce da minissérie do Morrison, cheio de personagens amargos, sem esperança, que estão nem aí para o Natal e todo o seu clima de comunhão, paz, fraternidade. Ah, e com muita violência também, daquela que tem sangue pra todo lado. Christopher Meloni justifica o clichê “nasceu para o papel”, e Happy nem parece aquele unicórnio mala dos quadrinhos.
São apenas oito episódios, vale conferir.

 

Patrick Melrose

Nós já ficamos animados com qualquer coisa que tenha o nome de Benedict Cumberbatch no meio, mas “Patrick Melrose” é muito mais que a presença do ator inglês no papel do protagonista. É uma ótima minissérie em cinco partes baseada nos romances semi-autobiográficos do também britânico Edward St. Aubyn, com cada episódio dedicado a um dos livros, cujas histórias se passam entre a década de 1960 e o início dos anos 2000. A produção é uma parceira entre os ingleses da Sky Atlantic com a americana Showtime, e que merece chegar à TV brasileira.

Cumberbatch interpreta o personagem-título, um aristocrático playboy viciado em todo tipo de drogas (heroína, álcool, cigarro, cocaína, Mandrix, Valium) e de vida obviamente desregrada, dedicada a todo tipo de excessos. O comportamento do rapaz é fruto de traumas da infância, que incluem um pai cruel, tirano, egoísta, frustrado e – principalmente – abusador, interpretado por Hugo Weaving (que ator subutilizado, aliás), e uma mãe alcoólatra, ausente, negligente e temente ao marido, papel de Jennifer Jason Leigh.

A partir de idas e vindas no tempo, “Patrick Melrose” mostra a infância sofrida do personagem, os momentos em que enfiou os dois pés na jaca e sua luta para se manter longe dos vícios, e é o tipo de produção que é tão boa que dá vontade de comprar todos os livros da série para ontem.

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