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A longa e recompensada espera pelo segundo álbum de Melody’s Echo Chamber

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Oi, gente.

Foi em algum iluminado momento de 2013 que descobri a existência “Melody’s Echo Chamber”, álbum de estreia do projeto homônimo liderado pela cantora e compositora francesa Melody Prochet. Produzido por Kevin Parker, do Tame Impala, o disco tem sido presença marcante nos meus dispositivos sonoros desde então, graças ao pop psicodélico – ou dream pop, se preferir ser mais chique – de faixas como “Some time alone, alone”, “Endless shore”, “Crystallized” e, principalmente, “I follow you”, três minutos e 36 segundos de perfeição pop que merecem um loop infinito em nossos ouvidos.

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Desde então, foram cinco longos movimentos de translação (não entendeu? Google na cabeça, fugitivo das aulas de ciência) até a chegada de “Bon voyage”, lançado em 15 de junho após um ano de atraso devido a um “terrível” e não explicado acidente sofrido pela artista em 2017, que provocou uma prolongada estadia no hospital por conta de um aneurisma cerebral e vértebra quebrada por conta do misterioso acidente. Com Melody Prochet devidamente restabelecida, podemos dizer que a espera valeu a pena – ainda mais que havia a possibilidade de ouvir “Melody’s Echo Chamber” até a bateria do celular dizer “chega, cansei”.

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Com a dupla Fredrik Swahn e Reine Fiske substituindo Kevin Parker na produção, “Bon voyage” reafirma o talento de Melody Prochet como compositora e elimina de vez as fofocas maldosas de que o primeiro disco seria, na verdade, um projeto paralelo do australiano do Tame Impala com uma mulher nos vocais. O que se ouve nos pouco mais de 44 minutos do álbum são canções de um pop ao mesmo tempo acessível e rebuscado, com um pé no alternativo e a mente no pop psicodélico dos anos 60 e 70, muitas vezes abrindo mão do formato radiofônico dos três minutos e mergulhando em viagens que duram cinco, seis, sete voltas no relógio. E o mais importante: com a cara, a voz e a personalidade da artista.

Cantando em seu francês nativo, além do inglês e até mesmo sueco, Melody Prochet atira em diversos alvos sonoros, quase sempre acertando em cheio, na pior das hipóteses raspando o danado do alvo. Afinal, a moça é esperta e não dispara a esmo, sabendo aproveitar o melhor de suas influências do cancioneiro francês, do rock, da psicodelia, do pop e do experimentalismo. Em “Bon voyage”, é possível ouvir o melhor do DNA de gente como Stereolab, Serge Gainsbourg, Tame Impala e até mesmo Os Mutantes em sua fase inicial.

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Para quem estiver a fim de saber do que a moça é capaz, as sete (só sete?) faixas de “Bon voyage” apresentam delicinhas musicais como “Quand les larmes d’un ange font danser la neige”, “Visions of someone special, on a wall of reflections”, “Cross my heart” e “Shrim”, que fazem do álbum uma das melhores coisas que serão ouvidas em 2018. Para ficar perfeito, a dica é emendar com “Melody’s Echo Chamber” e se encantar de vez com a Câmara de Eco de dona Melody.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Faixa-bônus

A coluna entra em recesso pelas próximas semanas, afinal de férias também vivem o homem, A Leitora Mais Crítica da Coluna, Antônio, o Primeiro de Seu Nome e o Imperador Django. Retornamos em algum momento de agosto.

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