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‘Calls’, a série além da imaginação, e os mistérios de ‘O Mar da Tranquilidade’

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Oi, gente.

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A quantidade absurda de séries e filmes disponíveis nos 824 bilhões de serviços de streaming torna impossível assistir a tudo que colocamos em nossas listas, afinal o tempo ruge e a Sapucaí é grande, como diria Giovanni Improtta. Isso sem contar as produções que descobrimos no susto ou resolvemos ver do que se trata meses depois – afinal, ela está sempre ali na “página inicial” da plataforma, então custa nada ver qual é.

Foi nesse esquema de “deixa olhar sobre o que é essa parada” que enfim assistimos a “Calls”, da Apple TV+, que podemos afirmar com toda sinceridade – e bem atrasados, afinal ela chegou à plataforma em março de 2021 – ser uma das melhores séries do ano passado, indicada para que curte “Black Mirror” e “Além da imaginação”. A produção é a versão made in USA da série francesa criada por Timothée Hochet, que teve três temporadas na terra de Gérard Depardieu e conquistou fãs graças à sua mistura de ficção científica, drama, terror e formato inusitado. No caso da produção da Apple TV+, quem comanda o bagulho é o uruguaio Féde Alvarez, que dirigiu todos os episódios e também participou de boa parte dos roteiros.

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Quanto ao formato, vamos explicar. São apenas nove episódios curtos, que duram entre 13 e 22 minutos, em que a história é toda contada por meio de ligações telefônicas, mas sem os rostos dos personagens ou cenas que mostrem os atores em ação. Na tela, temos apenas a transcrição dos diálogos e efeitos gráficos que vão mudando de acordo com o ritmo da conversa.

Dessa forma, o espectador vai criando na própria cabeça os cenários e situações, e a tensão é garantida apenas pela interpretação do elenco, que varia a cada episódio. E a turma que participa do rolê aleatório é coisa phyna: Karen Gillan, Aubrey Plaza, Pedro Pascal, Rosario Dawson, Nick Jonas, Judy Greer, Lily Collins, Aaron Taylor-Johnson, Clancy Brown, Ben Schwartz, Jennifer Tilly e Stephen Lang, entre outros.

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As tramas, a princípio, são banais: um casal que não vai se encontrar para o Réveillon; o cara que pede ao vizinho para pegar uma sacola porque esqueceu a casa aberta; o sujeito que foge ao descobrir que vai ser pai; a personagem que tenta salvar o casamento enquanto lida com a hipocondria da irmã. Porém, uma série de eventos torna as situações cada vez mais bizarras, com pessoas que começam a derreter, gente ligando do futuro e revelações que fazem o espectador pensar “PQP, agora f**eu!”.

Apesar de não haver episódio ruim, os preferidos da casa são “Pedro across the street”, “Mom”, “Is there a scientist on the plane?”, “The beginning” e “Me, myself, and Darlene”. O final da temporada amarra todas as pontas e não deixa o público na mão se não houver uma segunda temporada, mas vamos torcer para que a Apple TV+ continue a história.

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Seguindo na seara do sci-fi, assistimos à primeira temporada de “O Mar da Tranquilidade”, mais uma das boas produções sul-coreanas associadas à Netflix. A história se passa num futuro em que a população mundial tem sofrido com a desertificação do planeta, pois a oferta de água potável tem se tornado cada vez mais escassa. No caso da Coreia do Sul, pelo menos, a situação torna ainda mais evidente as desigualdades sociais, pois as pessoas recebem quantidades diferentes de água dependendo da sua “importância” na sociedade. Entre outros perrengues, é proibido ter animais de estimação, uma vez que a água é racionada ao extremo.

É nesse contexto que um grupo de astronautas e especialistas é enviado para a estação lunar Balhae, abandonada há cinco anos quando um acidente matou mais de cem pessoas, não deixando sobreviventes. A missão deles é resgatar uma misteriosa amostra, mas antes mesmo de pousarem na Lua tudo começa a dar errado. Chegando à estação, eles descobrem que o Governo sul-coreano não contou da missa a metade, e terão não apenas que encontrar a tal amostra, mas lidar com traições, ameaças desconhecidas e um grande segredo que pode ser a salvação ou o fim da humanidade.

O primeiro episódio de “O Mar da Tranquilidade” não tem o impacto do início de um “Lost”, mas os outros setes episódios deixam o espectador com vontade de descobrir todos os mistérios e segredos da Estação Balhae, numa trama que incorpora à ficção científica elementos de drama, suspense e terror. A turma do sci-fi não vai se arrepender.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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