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Bar do Natal

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O Natal está aí! No caso desta coluna, a referência vai para mais um bar conhecido pelo apelido do dono. O distinto cidadão que nomeia esse botequim tem uma rotina semelhante à de tantos outros proprietários de bares em nossa cidade e a cumpre, religiosamente, dia após dia, no seu endereço – no caso do Natal já se vão 30 anos no mesmo ponto: abre as portas e acende as luzes, varre o salão e a calçada. Confere o freezer que foi preenchido no fim da noite anterior e começa o preparo de algum petisco que vai ser servido durante o dia aos seus fiéis clientes. Quando chegou lá, já havia passado antes no açougue e no mercadinho do bairro para comprar os ingredientes da receita do dia.
Já de portas abertas e panela zunindo no fogão, vez ou outra passa um vizinho e solta um bom dia. Alguns entram, proseiam, levam embora uma cerveja e refrigerante pro almoço ou enfiam um maço de cigarro no bolso. Um cliente assíduo chega e senta-se na mesma cadeira de sempre e a sua cerveja, da mesma marca todos os dias, chega à mesa pelas mãos do dono do bar junto ao copo americano que habita todos os botequins do Brasil.
Isso acontece em centenas de bares de JF, posso apostar um litrão de cerveja gelado com você, amigo leitor, sem medo de perder. E são esses donos de bar que seguem a vida tocando seus botequins e sustentando suas famílias, ainda que diante de cenários adversos, como nessa pandemia que nos assola. E em 2021, infelizmente, muitos baixaram as portas. Mas a coluna de hoje é uma homenagem aos resilientes, que estão sobrevivendo, superando as adversidades e continuam a nos servir as cervejas mais geladas da cidade, com preços justos e petiscos gostosos, em ambientes simples mas sempre agradáveis.

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E o Natal está lá, no Bairro Progresso

O Bar do Natal ocupa o mesmo endereço no Bairro Progresso já se passaram três décadas, na Rua Humberto Valério, número 43. Depois de tantos anos, hoje a barba e cabelos brancos desse simpático paraibano até remetem ao Noel, numa outra referência à data natalina. A cerveja nevada que sai do freezer também é outra referência a essa época do ano. Mas as coincidências ficam por aí. No bar, que nem placa de nome tem, as mesas coloridas de várias marcas de cerveja dividem o ambiente com engradados e com o freezer que faz às vezes de balcão. Ao fundo, há uma geladeira, uma chapa e um fogão com panelas prontas pra cozinhar os petiscos, completando o mobiliário. Cartazes com as porções oferecidas e os pôsteres do Botafogo são a única decoração daquele espaço que abre diariamente, de domingo a domingo – até no Natal -, me disse o homônimo dono do bar. Porções saem rápidas e fumegando da chapa quente, como o fígado com jiló, linguiça, lombo e alcatra acebolados. A porção do peixe tira-vira é muito pedida e elogiada pelos clientes. O torresmo também não pode faltar, assim como os caldos na época do frio, do jeito que a gente gosta.

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Por ali não procure luxo, mas saiba que a cerveja vai estar gelada, que o bate-papo vai fluir e que a descontração do ambiente, onde até o dono do bar vai estar de bermuda e chinelo, impera e agrada a quem habita o espaço. Assim são os vários botequins de bairro, com seus donos trabalhando muitas vezes sozinhos, cuidando de tudo e de todos, levando a vida e trazendo diversão para os que ali frequentam.
Seja no Bar do Natal, no Bar do Guedes, Bar do Adão, Bar do Tião, Bar do Haroldo, Barraca do Nhonho, Espetinho do João, Lanchonete Aquarius, Bar do Marrom, Bar da Esquina, Bar do Jorge, Bar do Vavá, Bar do Dim, Bar do Roque, Bar do Tãozinho ou em qualquer outro dos bares e botequins dos bairros de nossa cidade a vida segue assim, simples e saborosa. Para estes donos de bar, nosso muito obrigado e o desejo de um feliz Natal e próspero Ano Novo, com muitos clientes e muita saúde! Que venha 2022, e que ele seja mais suave para todos nós!

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