Juiz de Fora completa, neste 31 de maio, 166 anos. Como em todo aniversário, bate aquela dúvida: há o que comemorar? Nós da CMC somos otimistas, acreditamos que sim. É inegável, por exemplo, que o município tenha se consolidado como polo econômico na região e cidade de destaque no Brasil, atraindo pessoas de outras localidades em busca da excelência de seus serviços de educação e saúde. Mas não só isso.
No final do século XIX e início do XX, o rápido crescimento do município o levou a uma posição de destaque. Naquela época, o crescimento econômico brasileiro era concentrado espacialmente e a concorrência com outros municípios era pequena. Hoje, a área de influência – que revela a importância de Juiz de Fora como centro urbano – atinge 107 municípios localizados nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, de acordo com pesquisa realizada pelo IBGE. A mesma pesquisa revela que Juiz de Fora é responsável por 40% do PIB dentro da sua região de influência. A cidade apresenta forte atração local, polarizando diversas atividades de alta complexidade e concentrando, na escala regional, as atividades relacionadas aos serviços públicos.
A concentração espacial da atividade econômica no polo em torno de Juiz de Fora possibilita a formação de economias de aglomeração que são capazes de aumentar a sua produtividade e, consequentemente, o seu crescimento econômico. Além disso, as vantagens geradas pela aglomeração também se traduzem em transbordamento aos municípios vizinhos, gerando externalidades positivas que podem ajudar a promover maior crescimento nessas localidades.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério do Trabalho, Juiz de Fora abriga em torno de 85% dos trabalhadores formais ocupados em atividades do setor terciário da economia em sua área de influência. As principais atividades no setor de serviços do município são relacionadas ao comércio, serviços prestados às empresas, setor de saúde e de educação, serviços de intermediação financeira, atividades imobiliárias e atividades de informática. No setor industrial, destacam-se principalmente as indústrias de artigos de vestuário, produtos alimentícios, impressão, fabricação de instrumentos hospitalares, siderurgia, produtos têxteis, montagem de veículos e produtos de metal.
Essa distribuição setorial, para os críticos mais ácidos, pode significar perda de importância. Entretanto, para nós, está em linha com as transformações recentes da economia mundial e da maioria das cidades polos brasileiras, ou seja, uma tendência em direção ao setor de serviços. Para nós, a Manchester Mineira está mais ativa do que nunca, mas caminhando em direção à economia moderna. No nosso cartão de aniversário para essa tradicional e, ao mesmo tempo, muito jovem e dinâmica cidade está escrito: “continue aproveitando as oportunidades que se fizerem presentes, de braços abertos e sem medo de inovar”.
Por Fernando S. Perobelli e Inácio F. Araújo Junior. Email para: cmcjr.ufjf@gmail.com