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Análise da produção de soja e prognóstico para 2023

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A soja é o grão que possui maior participação no volume total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no Brasil. Além disso, o complexo da soja (soja em grão e seus derivados) é um dos setores da economia que mais exporta, contribuindo com cerca de 43% (US$ 52 bilhões) do faturamento externo do agronegócio. De acordo com as Estatísticas de Produção Agrícola do IBGE, em 2022, a produção de soja respondeu por 45,4% (119,5 milhões de toneladas) da produção desse grupo. Embora a soja tenha se mantido como o grão de maior peso na produção agrícola, houve retração de 11,4% (40,9 milhões de hectares) em comparação à quantidade produzida no ano anterior, mesmo com a ampliação da área colhida em 4,9%.

Esse resultado é reflexo da prolongada estiagem na região Centro-Sul do país durante o ciclo da cultura que, aliado ao calor intenso, comprometeram o rendimento médio das lavouras. As maiores retrações foram verificadas nos estados do Rio Grande do Sul (-54,3%), Paraná (-38,6%), Santa Catarina (-7,5%) e Mato Grosso do Sul (-1,0%). Por outro lado, houve incremento de produção em Rondônia (30,8%), Pará (15%), São Paulo (15%), Piauí (13,4%), Minas Gerais (9,4%), Maranhão (8,1%), Mato Grosso (6,6%) e Bahia (6%), o que não foi suficiente para reverter o saldo final.

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Perdas expressivas também foram verificadas em outros países como Argentina e Paraguai. Com isso, os estoques mundiais se reduziram sustentando os preços externos e internos. No balanço do ano, o valor médio da soja em grão foi recorde. A saca de 60 kg em Paranaguá fechou o ano em R$ 184,43.

Para 2023, a expectativa dos pesquisadores do Cepea é de que o bom desempenho das lavouras na América do Sul contribua para a oferta mundial de soja. No Brasil, o cenário é de incerteza. Com baixos estoques, os produtores estão resistentes em comercializar a safra 2022/2023 de forma antecipada. Em relação ao clima, a expectativa de clima desfavorável na Argentina e no Paraguai gera otimismo nos produtores brasileiros, que esperam maior demanda pelo produto nacional. A estimativa é de que a produção do grão alcance 153,47 milhões de toneladas, o que representaria o maior valor para o Brasil já registrado.

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Por Gustavo Andrade, Pedro Vidigal, Jamaika Prado e Weslem Faria

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