O futuro elétrico

Por Mariana Curbani e Rodrigo Dutra

28/12/2021 às 07h00 - Atualizada 27/12/2021 às 14h53

Apesar de ser uma das principais formas de obtenção de energia e de ter impulsionado fortemente o avanço industrial, a queima de combustíveis fósseis é uma das principais responsáveis pela poluição ambiental, culminando em diversos problemas, como a chuva ácida. Além disso, a poluição vinda da queima desses combustíveis pode impactar diretamente na saúde humana, causando inúmeras doenças como asma e câncer de pulmão. Esse impacto na saúde pode ser comprovado pelo estudo “Global mortality from outdoor fine particle pollution generated by 2 fossil fuel combustion: Results from GEOS-Chem”, realizado por cientistas da Universidade de Havard, que relata a poluição causada pela queima de combustíveis fósseis como sendo responsável por 18% das mortes no ano de 2018.

Entre os responsáveis pela queima dos combustíveis fósseis estão os veículos a combustão. Em um cenário em que muitas empresas estão trabalhando para associar sua marca a uma empresa ecologicamente responsável, as montadoras estão seguindo o mesmo caminho para se adequar a essa nova realidade. Por conta disso, muitas montadoras já anunciaram uma data limite para a fabricação de carros com motor a combustão, como a Volkswagen por exemplo, que a partir de 2030 só irá fabricar carros movidos por baterias. Apesar de parecer uma realidade distante, o futuro elétrico está mais próximo do que se imagina. Segundo a consultoria Jato Dynamics, o carro mais vendido na Europa em setembro deste ano foi um carro elétrico, o que mostra que nos países desenvolvidos essa tendência já está se mostrando relevante.

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Segundo uma projeção da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), o Brasil pode alcançar o quantitativo de 28 mil veículos híbridos e elétricos até o fim deste ano. Esse mercado, ademais, já apresenta o melhor quadrimestre de sua série histórica iniciada há dez anos, contando com 7.290 novos automóveis emplacados no intervalo de janeiro a abril de 2021. Dentre as vantagens para os proprietários estão o menor ruído e a manutenção mais barata, apesar de ainda apresentar um custo inicial muito elevado.

A inserção de alternativas aos carros com motor à combustão já trouxe movimento para o cenário automotivo mineiro. A Bravo Motor Company, juntamente com a prefeitura de Nova Lima, assinou, no início de 2021, uma carta de intenção para a instalação de uma fábrica de veículos elétricos e de baterias no município, o que equivale a um investimento de R$ 25 bilhões. Considerando o início da produção em 2023, o empreendimento pode gerar até 12 mil empregos diretos na cidade. O objetivo da empresa é produzir baterias de lítio para abastecer seus próprios veículos e, também, os de outras montadoras. Com a primeira fábrica de carros elétricos da América Latina instalada em nosso estado fica evidente que o futuro do setor automotivo elétrico promete impactar a economia mineira.

Conjuntura e Mercados

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