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Os preços do leite e dos seus derivados podem voltar a subir em 2023?

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Na primeira metade de 2022, o setor lácteo foi noticiado em diversas mídias em função do rápido crescimento do preço do leite longa vida (popularmente conhecido como “leite de caixinha”) e de outros derivados do leite nos supermercados. Naquela conjuntura, as principais explicações para tal crescimento residiam no encarecimento dos insumos utilizados na produção do leite, o aumento dos custos para a indústria e a sazonalidade da produção.

No segundo semestre de 2022, a baixa resposta da demanda e o aumento do volume produzido de leite influenciaram a queda dos preços repassados para os consumidores. Entretanto, o ano de 2023 retoma o movimento de ascensão de preços na cadeia láctea. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço recebido pelo atacado, em São Paulo, para o leite UHT e o queijo muçarela cresceram 12% e 6%, respectivamente. O preço do litro do leite spot, que é o leite comercializado entre os laticínios, aumentou em Minas Gerais de R$ 2,61 para R$ 3,01 entre a primeira e a segunda quinzena de janeiro.

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Nesse sentido, a elevação do preço recebido pelos laticínios e do valor comercializado entre as unidades predizem dois movimentos: o aumento do valor recebido pelos produtores e um crescimento do preço final aos consumidores. Entretanto, a previsibilidade da manutenção e da magnitude do preço é de difícil aferição, em razão de fatores distintos estarem influenciando o crescimento dos preços. O mês de janeiro foi marcado por alta no volume de chuvas, conforme os informativos meteorológicos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o que dificultou o acesso da indústria aos agricultores, diminuindo o estoque de laticínios e acarretando o aumento do valor do leite spot e dos derivados recebidos pela indústria. Em adição ao fator climático, o início de 2023 já indica o começo de baixa sazonalidade da produção, o que aumenta o preço do leite como consequência da baixa oferta.

Outros aspectos que podem influenciar a oscilação dos preços de lácteos no supermercado são o encarecimento de fertilizantes utilizados no processo produtivo, as alterações nos custos dos laticínios e a variação no valor do milho e do farelo de soja, entre outros. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresenta expectativa de baixa na produção das plantações de milho e soja para 2023, indicando aumento dos custos inerentes à alimentação bovina.

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Fora essas expectativas de alta dos preços a partir do cenário de produção e comércio leiteiro para 2023, é importante ressaltar que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de um modo geral, também tem alta esperada para este ano. Portanto, seguindo o aumento de preços da cesta de consumo brasileira, o consumidor deve estar preparado para um provável aumento no preço médio do leite e dos seus derivados no decorrer do ano.

 

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