Combustíveis: como funciona a composição do preço da gasolina

Por Conjuntura e Mercados

03/04/2022 às 07h00 - Atualizada 02/04/2022 às 15h50

Após uma queda nos primeiros meses da pandemia, os preços dos combustíveis na bomba vêm aumentando desde meados de 2021, quando as atividades econômicas foram retomadas após a fase mais rígida do isolamento social. Agora em 2022, o conflito na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia estão fazendo o preço do petróleo subir.

O preço da gasolina brasileira é formado por: custos de produção da Petrobras (condicionados à variação do dólar); custos de distribuição e revenda; preços do etanol e do biodiesel (adicionados à gasolina para reduzir a emissão de gases poluentes); ICMS (imposto de competência estadual) e tributos federais (como Cide, PIS/Pasep e Cofins).

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A maior fatia do preço da gasolina corresponde à realizada pela Petrobras e corresponde a 39% do valor total. O ICMS, o PIS/Pasep e a Cofins agregam 34% do valor final, sendo 24% para o primeiro e 10% para os restantes. O lucro das distribuidoras representa 13% do valor final e, por último, o etanol anidro fica com 14% do valor – de acordo com dados da Petrobras.

Segundo o levantamento recente do projeto Global Petrol Prices, feito em 21 de março, o Brasil tem atualmente a segunda gasolina mais cara entre as principais economias sul-americanas, atrás apenas do Uruguai. Países que possuem gasolina muito mais barata que a do Brasil, como Venezuela e Argentina, adotam intervenções estatais nos preços, como subsídios pesados no caso venezuelano e congelamento de valores no caso argentino.

Os preços estabelecidos pela Petrobras nas refinarias ainda estão defasados em relação ao mercado internacional, mesmo com a queda de preços do barril de petróleo e a valorização recente do real em relação ao dólar. A defasagem está em cerca de 7%, comparado a quase 40% no pior cenário deste ano, quando o barril de petróleo do tipo Brent bateu US$ 139, maior valor em 14 anos.

No entanto, o Brasil, desde 2016, é um exportador líquido de petróleo e grande vendedor de boa parte das commodities que estão com os preços em alta. Com isso, felizmente, a gangorra entre dólar e commodities voltou ao normal, depois de ter sido quebrada pelas peripécias fiscais do governo, e o dólar exibe agora boa, ainda que provisória, desvalorização.

por Mylena Carvalho

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