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Exportar é o que importa?

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A partir de evidências sobre o desenvolvimento de diversos países, a teoria econômica tem sugerido que as regiões que mais crescem apresentam intensa atividade com o exterior. A inserção em um mercado ampliado e adoção de novas tecnologias, produtos e insumos têm como resultado o aumento da concorrência entre as empresas, com impacto positivo sobre a produtividade e o crescimento econômico. No entanto, o Brasil ainda tem pequena inserção no mercado mundial. A microrregião de Juiz de Fora não é diferente em relação a esse isolamento comercial.

A análise sobre a evolução do comércio exterior dessa microrregião, realizada pelo grupo de estudo de Economia Regional da Universidade Federal de Juiz de Fora, vinculado à Conjuntura e Mercados Consultoria Jr. (CMC Jr.), mostra que as exportações dessa microrregião têm diminuído progressivamente no período recente. A partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) foi identificado que o valor das exportações dessa microrregião teve aumento de seis vezes entre os anos de 2000 a 2008. No entanto, desde 2009 as exportações têm diminuído, chegando ao ano de 2014 com praticamente o mesmo valor exportado em 2000. Além disso, a participação no total exportado pelo Estado de Minas Gerais, que no ano de 2004 chegou a 6,96%, diminuiu na última década. Assim, no ano de 2014, a microrregião contribuiu com apenas 0,44% no total de exportações do estado.

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Segundo Maria Fernanda Quirino, analista de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a baixa participação das exportações da microrregião de Juiz de Fora está relacionada, em parte, ao fato das empresas locais terem grande parte de sua produção voltada para o mercado doméstico. No entanto,segundo a analista, a Fiemg “disponibiliza uma série de produtos que auxiliam em algumas etapas no processo de alcance aos mercados internacionais”. A entrevista na íntegra pode ser consultada no Boletim de Economia Regional, subárea de Comércio Exterior, no site da CMC Jr.

Apesar de iniciativas para o desenvolvimento industrial na região, observa-se a falta de políticas públicas perenes, por parte do Governo estadual e dos municípios da região,voltadas para o estímulo do comércio exterior. Dentre as reivindicações do setor empresarial local destacam-se, principalmente, a finalização da construção de uma nova estrada de acesso ao Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco e a mudança no regime tributário para a Zona da Mata.

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Com a falta de políticas locais consorciadas para incentivar o comércio externo, não é de se estranhar que, além de baixo, o volume exportado pela microrregião de Juiz de Fora tenha diminuído nos últimos anos. Pior, esse isolamento comercial também é observado em nível nacional, fruto da ineficiência política em estabelecer acordos comerciais com países desenvolvidos e da falta de infraestrutura para exportação. No atual momento de crise doméstica, o aumento do comércio exterior se apresenta como alternativa, podendo inclusive se beneficiar da atual desvalorização cambial.Nada mais atual, portanto, que a máxima de que exportar é o que importa.

Fernando S. Perobelli, Vinícius A. Vale,Inácio F. Araújo Junior, Lara Leite, Naiara Santos. Email para: cmcjr.ufjf@gmail.com

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