Esperança, um conto de Natal
Nossos natais são no verão, e sempre chove na véspera ou no dia de Natal.
Naquele ano não foi diferente, como sempre, o dia 24 amanheceu com muito sol e calor, com o céu azul quase sem nuvens, e a gente com aquela ansiedade típica da véspera do dia mais importante do ano.
A partir das 18h o tempo mudou. Meu irmão mais velho já não dava tanta importância, mas esse era apenas o Natal dos meus 9 anos e a data me deixava mais ansioso do que feliz.
Hoje, não sei o porquê, o Natal me traz certa sensação de melancolia, que é rapidamente expulsa pela ansiedade e/ou alegria dos meus filhos.
No mesmo canto da sala, estava, como sempre, a nossa árvore, que parece que eu já a conhecia mesmo antes de nascer. Sempre aquela “velha” árvore. Minha mãe – acho até que não percebia – mas algumas bolinhas, não muitas, já estavam descascadas ou desbotadas. As pessoas que “passavam” o Natal com a gente começavam a chegar, alguns mais molhados do que os outros, alguns com maior bagagem etílica, mas todos reclamando da chuva, como se ainda não estivessem convencidos de que, chover na noite de Natal não seria surpresa.
Todas as formas de pedidos eram feitas para o Papai Noel e ele quase sempre atendia. Mas naquela noite, antes da oração, mamãe impôs um silêncio e disse que queria falar algumas palavras. Lembro que vi nos olhos daquela tão meiga e bondosa mulher, um brilho que nunca tinha visto antes, nem quando ela me amamentava em teus seios tão maternos.
Minha mãe disse que os homens estavam perdendo a alegria de viver, e que era preciso que Deus nos desse alguma esperança.
Foram palavras fortes e apesar dos meus 9 anos eu entendi que a esperança deveria ser alguma coisa mesmo importante e imprescindível para nós. Pelo menos para nós que ali estávamos.
Depois de rezarmos, fizemos a Ceia e eu fui deitar, para acordar bem cedo e ver se o Papai Noel tinha mesmo me escutado.
Pela manhã pude constatar que o bom velhinho cumpriu o nosso trato. Mais uma vez, estava tudo lá.
Aqui estou, 40 anos depois, na nossa velha casa. Minha mãe ainda é viva, meu pai também e eu lembrando junto à minha irmã mais nova, como eram sagrados os nossos natais.
Muitos anos se passaram… o ritual natalino é mais ou menos o mesmo, mas aquela noite do meu Natal nunca mais se repetiu.
Hoje também é aniversário da minha irmã mais nova e ela está muito feliz. Puxa, quase me esqueci de apresentá-la.
Ela entrou para a nossa família na manhã daquele dia 25 de dezembro. Mamãe a encontrou numa caixa de papelão, deixada por sua mãe biológica junto a um bilhete que dizia: “não tenho como criar, prometo nunca procurá-la. A partir de agora ela é sua filha, só gostaria que ela se chamasse Esperança”. A partir de então, comemoramos em 24 de dezembro, as nossas noites de Natal e o aniversário da nossa querida Esperança.
(Márcio Itaboray é médico e leitor convidado)
Agradecimento especial
Esta coluna é porta-voz de um agradecimento especial da família do empresário Juracy Neves por toda a assistência prestada durante sua internação no Hospital Monte Sinai, representado pelo Dr. Iomar Cangussu, Dr. Ricardo Campello, Dr. José Mariano de Moraes e Dr. Vitor Cangussu. Agradecimento extensivo à equipe médica que veio dando assistência ao longo dessa jornada: Dra. Laís Peralva, Dr. Júlio Cesar Lovisi, Dr. Bruno Leite e Dr. Marcius Nogueira, a toda a equipe de enfermagem e a Rose Hevelen.
Sensibilizados, os familiares também manifestam seu agradecimento ao presidente da Santa Casa, Dr. Renato Loures pela presença no sepultamento, além do grande amigo e médico pessoal, Dr. José Musse.
Entre os finalistas
Washington da Selva, mestrando em Artes, Cultura e Linguagens pela UFJF, figura entre os 20 finalistas do prêmio da revista “DASartes”, uma das mais antigas e respeitadas publicações de artes visuais do Brasil.
Vozes masculinas
Em homenagem às vítimas da Covid-19, o Coral Vox Uomini gravou a música “Resterà la Luce”, do compositor Giorgio Susana, com texto de Gianfranco Salatin.
A canção ressalta que, “apesar de tudo, restarão a luz e o amor, e aqueles que se foram serão sempre amados e lembrados”.
O lançamento acontece nesta sexta, no YouTube.
Registro
A coluna se associa às manifestações de pesar à viúva Carmen Aráujo Thees e aos filhos Guilherme, Paula e Andréa Thees pelo falecimento do empresário Haroldo Pagy Thees (85 anos). Ele se destacou por suas iniciativas empreendedoras no mercado imobiliário, hotelaria, estacionamento e concessionária de automóveis. Também foi um dos fundadores do Juiz de Fora Convention & Visitors Bureau, em 2001. Outro legado deixado por Paggy refere-se a sua atuação na área da assistência, notadamente na Casa Bethânia e no Abrigo Santa Helena.
Registro (2)
De luto a torcida do Fluminense com o falecimento do grande tricolor Walmir Pífano (79 anos). A paixão pelo clube das Laranjeiras ele evidenciava ao organizar excursões para assistir aos jogos no Rio. Walmir sempre atuou no setor do vestuário com a Malhas Dabliu, especializada no comércio de roupas e acessórios de balé. Integrante da antiga Turma do São Roque, Walmir participou da criação da Banda Daki, ao lado dos amigos Ivanir Yazbeck e Amilcar Padovani, também recém-falecidos. A solidariedade à Olga Pifano e aos filhos Daniella, Lilian e Felipe e aos netos Gabriel, Rafael e Lucas.
Antenado
Cobertos de razão, os moradores do Bairro Santa Tereza que realizaram um protesto durante a inauguração do viaduto que liga ao Poço Rico. A obra apresenta falhas grosseiras como a inadequação da passarela e falta de segurança dos pedestres. Os erros do projeto precisam de uma correção imediata, mesmo porque o viaduto leva o nome do respeitado engenheiro e professor Renato José Abramo.
Voo Livre
Estão aniversariando hoje, José Natalino do Nascimento, Lidiane Stambassi, Jeane de Lima Barbosa, Eduardo dos Santos, Marcus Paulo Teixeira Pinho, Danielle Barros Possa, Alexandre Hill Maestrini e o presidente do Rotary São Mateus, Orlando Simões.
Logo mais, às 21h, no YouTube, temespecial de Natal com a banda Zona Blue.
Dar esmola na rua é auxiliar a vadiagem. Ajude o Instituto da Família – Infa (3215-9989).
Coronavírus – Previna-se. Use máscara.