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Acessibilidade não é apenas rampa

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Fala Quem Sabe: Acessibilidade não é apenas rampa

Imagine a situação: um marido atencioso, querendo surpreender sua esposa no aniversário do casamento, reserva uma mesa em restaurante.

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À noite, colocam sua melhor roupa… ela, de longo fendado, cabelo impecável, sobre o salto 15; ele, de terno de alfaiataria, perfume silvestre e elegantemente sentado em sua cadeira de rodas.

No restaurante o ‘maitre’ os recebe com cortesia e, chegando à mesa pergunta à mulher, educadamente, enquanto dá três tapinhas na cabeça do esposo:

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– E ele, vai querer papar o quê?
Nesse momento a noite romântica vai para o brejo. O ‘maitre’ provavelmente teve a melhor das intenções, mas faltou preparo.
Gafe igual cometemos quando falamos com voz de criancinha ao conversarmos com qualquer pessoa deficiente (que não seja criancinha).

Se essas situações já são desagradáveis, veja isso:

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– É tão gordo que para tirar uma ‘self ‘ precisa ser por satélite… é tão gordo que quando troca o celular de bolso muda o DDD…
Ler essas duas piadas te causou desconforto?… Imagine ter que ouvir coisas parecidas, muitas vezes desde a infância, e precisar fingir não se importar, visto que para muitas pessoas o obeso ainda é considerado assim por ser desleixado, descuidado ou preguiçoso…

Observe que em nenhum dos relatos acima a inclinação incorreta da rampa, a falta de um banco mais largo e reforçado, a ausência de um intérprete de libras ou de um cardápio em braile foram os geradores do problema de acesso ou de autonomia.
Entretanto, como criar empatia com aqueles que nem vemos pelas ruas pois nossos ambientes, calçadas, espaços públicos e de lazer não permitem o acesso de forma autônoma às pessoas com deficiência?

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E não os vemos pois nossa cidade não é acessível… a começar pelo prédio da Prefeitura, que é responsável por analisar e regulamentar os projetos arquitetônicos. Ali a calçada é inadequada, a rampa da entrada só permite cadeirante se for de rapel, os banheiros têm degraus nas portas, que por sua vez são muito mais estreitas do que a exigida pelas normas.
Como criar alteridade por aqueles que, por não vermos por aí não sabemos que são gente?

O problema da acessibilidade não se resolve apenas com rampas, mas as rampas certas são o começo do caminho para elevar os deficientes a patamares de visibilidade, tirando-os da penumbra e do anonimato e dando-lhes oportunidades de se tornarem protagonistas.

(Fabiano Teixeira é professor de acessibilidade em arquitetura e leitor convidado)

Encontro em Belo Horizonte Gerentes do Saúde Sinai, Cláudia Teixeira e Cristiane Scheffer, com Liliane de Carvalho, da área de projetos do Hospital Albert Sabin, no encontro “Saúde suplementar: cenários e perspectivas”, realizado, anualmente, para debater as normativas dos planos de saúde e outros assuntos relevantes para o setor.

 

Eles Acontecem

Futebol e churrasco: Foi em torno dos professores Antônio Carlos Guimarães Rocha e Avelino Koch Torres o churrasco de confraternização e o torneio de futebol que o Clube de Engenharia promoveu, no Condomínio Fazendinhas do Ipiranga, na abertura das comemorações dos 85 anos da entidade. No ‘flash’ Avelino com o presidente do clube, João Carlos Navarro, Walter Baldi, Antônio Carlos e Renato Dantas. Foto: Wólmer Monteiro

 

 

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