Carro, automóvel, instrumento de desejo
Existe o conceito formado de que o brasileiro é apaixonado por carro. Propagandas de toda a forma e teor já foram, são e serão feitas. O que nos difere de muitos no mundo, será a realidade de que o nosso sistema de transporte foi e é rodoviário e não ferroviário, por exemplo?
Ou o brasileiro por ser diferente no seu relacionamento interpessoal, onde o contato físico se faz presente, passa a ter no carro um dos seus instrumentos de paixão?
Certamente, conseguimos nos ligar em algum fato de nossa história individual, para ver no carro uma representação de nossas vidas. Não importa a idade, sempre teremos a recordação.
Muitas dessas lembranças serão focos do nosso desejo em ter algum carro que nos traga a bela imagem da recordação para os dias atuais.
Daí nasceu a cultura do Automóvel Antigo (veículo com no mínimo 30 anos de fabricação e 80% de originalidade), com dois conceitos básicos, dentro do meu ponto de vista, quais sejam: o Automóvel Antigo é uma grande justificativa para se fazer amigos, independente de qualquer cor, credo ou raça.
Como o nome é automóvel, o mesmo tem que rodar, girar, viajar, qualquer que seja o termo, pois se fosse para ficar parado em algum lugar, o nome seria autofixo. E com eles viajamos, passeamos , fazemos ‘raid’s’ e ‘rallies’. São alguns dos prazeres que essas peças maravilhosas nos proporcionam. Sem contar que muitas vezes, damos nomes a eles. Risos à parte, por nossa loucura.
É comum a pergunta, quanto custa? Quer vender? Falo que o preço do carro antigo, independente de referências de mercado e saibam que elas existem, está situado entre o dono querer vender e o interessado querer comprar.
Hoje temos diversos meios de comercialização como leilões especializados, tanto no Brasil quanto no exterior, bem como grupos de Whatsapp voltados para essa finalidade.
De qualquer forma a paixão estará presente e o preço sofre esse efeito. Não tenham receio, comprem um antigo, façam de imediato uma excelente revisão, viajem bastante, conheçam novos amigos e saibam que a vida é bela.
(Henrique Thielmann é empresário, apaixonado por carros e leitor convidado)