Fala Quem Sabe
Tendências do mundo dos negócios
O caótico cenário empresarial provocado pela pandemia trouxe ao mundo dos negócios a necessidade de compreender os novos hábitos de consumo dos clientes, o novo comportamento do mercado de trabalho e como adaptar seus modelos de negócio a essa nova realidade. Apesar de, finalmente, termos pequenos sinais de melhora no contexto pandêmico, 2022 terá início com incertezas políticas de um ano eleitoral, juros altos, inflação em crescimento, câmbio desvalorizado, crise hídrica, desabastecimento da cadeia produtiva e diversos outros fatores que tornam a tarefa de empreender um grande desafio. Aqueles que sobreviveram até aqui sabem que precisam adaptar suas empresas a este contexto. Mas como? Primeiro, vamos cuidar dos clientes e dos colaboradores.
Aos clientes, é necessário a especial atenção aos canais de venda. Eles estão buscando cada vez mais conveniência, comodidade, experiências dinâmicas e canais digitais para realizar suas compras. Os pontos de venda ainda se fazem necessários em muitos casos, mas não disponibilizar loja ‘online’, ‘delivery’, atendimento via canais de comunicação como WhatsApp e Instagram, é preterir uma considerável parcela de consumo que mudou sua forma de comprar. Experiências diferenciadas, fidelidade e a relação do cliente com a marca tornam-se alternativas para diferenciar-se, considerando que os concorrentes, agora também digitais, estão em todo território, e não somente locais. Para quem souber se adaptar, existem muitas oportunidades de negócios.
Os colaboradores mudaram, assim como os consumidores, trouxeram novas demandas às empresas e suas lideranças. Pesquisas apontam que o volume de pedidos de demissão aumentou, e nos perguntamos por quê. As pessoas estão muito mais atentas às suas realizações profissionais, e parte disso está na identificação com a empresa que trabalham. Cultura empresarial, valores da empresa, regime de trabalho flexíveis são assuntos cada vez mais presentes. A busca pelo controle, que sempre imperou nas empresas, tem sido substituída pela gestão pelo contexto com uma tendência de estímulo à autogestão, autorresponsabilidade e autonomia. As lideranças entenderam que a produtividade de um colaborador está diretamente relacionada à sua vontade e motivação em estar na empresa, e o papel dos bons gestores é colocar as pessoas certas nos lugares certos e motivá-las a dar o seu melhor.
(Luciano Larcher é consultor de negócios, palestrante e leitor convidado)