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Coronofobia

A palavra grega Fobia significa medo. Comumente, fazemos juízos morais desse afeto tão inquietante, mas o temor exerce inúmeras ações fundamentais para a preservação e a continuidade da espécie. O medo é um importante sinal para a manutenção da vida e, para isso, desencadeia processos fisiológicos complexos. É uma resposta aguda e breve. Quando esses processos persistem instala-se o estresse, nocivo à saúde, por desenvolverem respostas e defesas psíquicas, que geram sintomas. Quando intenso e crônico, desencadeiam fobias, que são sintomas inibidores e limitadores das ações e das atividades pessoais.

No momento, enfrentamos essa terrível pandemia do Coronavírus. Todos ficamos assustados e temerosos, o que é natural. A doença paira sobre nós como uma ameaça mortífera. Mas após o impacto inicial, nosso psiquismo tende a retornar ao seu funcionamento costumeiro e o risco já não parece mais tão amedrontador. Por isso são necessárias tantas campanhas de fique em casa, restrições sociais, fechamento das cidades etc. O medo inicial já não funciona mais como um inibidor.

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Outras pessoas, entretanto, vivem essa grave crise sanitária decorrente do vírus, como uma intimidação aterradora, temem tudo de uma maneira exacerbada e se recusam a deixar suas casas para qualquer atividade, mesmo para a realização de ações importantes. Finalmente, a probabilidade de contrair a infecção, pode encontrar uma condição psicológica já anteriormente fragilizada. A fobia, já presente nessas pessoas, se materializa no risco da doença. Não devemos, entretanto, confundir o autocuidado, necessário e benéfico, com o sintoma de um quadro psicológico mais grave.

(Antenor Salzer Rodrigues é professor da UFJF, pós-doutor em psicologia e leitor convidado)

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