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Aos domingos, quem manda é a bola!

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O futebol tem uma influência muito forte na minha vida. Da infância à juventude, passando pela fase adulta e até a maturidade. Quando jovem, jogava bola com os colegas na Rua do Quartel do 10º Batalhão de Infantaria. Bairro Fábrica. Rua General Gomes Carneiro. E tinha um sabor muito especial para mim, porque eu jogava bola com o meu pai, tratado no meio da boleragem como “Rivelino”. Em homenagem ao craque canarinho – da Seleção Brasileira – campeão no México – em 1970. A semelhança vinha por causa do bigode e do chute forte da canhota, que o meu pai tinha.

Tabelávamos melhor e com mais constância, mais dentro do campo do que dentro de casa. Nosso contato afetivo era pouco e diluído, porque ele era viajante. Representante comercial. Vendia materiais de construção pela Incolafer. Saía às segundas-feiras e retornava aos sábados. Chegava com o seu fusca, em cima da hora de começar a pelada.

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Com a passagem do tempo e com a vida adquirindo novos rumos, meu desejo pelo futebol ficava menor diante da aproximação de novas perspectivas, como iniciar minha vida profissional, constituir uma família. O que aconteceu. Hoje, na fase adulta, mais para o envelhecimento, bem perto de entrar nos 60 anos. Iniciei minha trajetória como Assistente Social na PJF no ano de 1986, e a encerrei recentemente, no dia 23 de outubro, agora, semana passada. Tenho uma nova composição familiar.

Um outro prazer que desejo entregar aqui. É o de ter também jogado bola com o meu filho, Pedro. Aliás, satisfação inigualável na vida é ter jogado nós três no mesmo time. Dentro e fora das quadras. Nessa passagem das horas, coloquemos horas nisso, ao lado de preocupações, ansiedades e conquistas no meio profissional, meu rendimento físico declinou-se. Em outras palavras. Ao envelhecer, ganhei uns quilos a mais, com vida sedentária, uma diminuição da prática de exercício, que para mim, tem sua nobreza, no ato de jogar futebol.

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Diagnosticado com gonartrose ahlbach. Estou entregue ao atendimento de fisioterapia e ao começo de uma dieta alimentar (quantas vezes procrastinada) que me faça perder peso. Para prorrogar, pelo menos, por mais cinco anos, a minha aposentadoria dos movimentos da bola. E continuar a fazer dos dias de domingo, o dia de esquecer que a vida é dura, parceiro!

Durante quase 20 anos ininterruptos, “a Pelada dos Carecas”, sobreviveu, aos trancos e barrancos, à saída de companheiros com a entrada de outros, sempre se renovando para não deixar o nosso encontro morrer. Entre mudanças de endereços por vários períodos, nossa pelada fez morada e firmou sua residência na quadra de soçaite, que não existe mais, ao lado de um grande supermercado da cidade, na Rua Bernardo Mascarenhas. Só o futebol consegue fazer essa fidelidade de reunir as pessoas. E fazer amigos para sempre. A bola é soberana porque nos dá vida.

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E falando de futebol. Escrevendo sobre futebol. No final de semana passado, com a família presente, comemoramos o aniversário de 60 anos do Júnior. Zagueirão. O Chicão, como é reconhecido no campo do Napoleão. Do Napô. Em Volta Redonda/MG. Nossa resenha limitou-se a falar para nós do quanto é importante, do quanto é ritualisticamente sagrado, todos os domingos encontrar com os colegas para jogar futebol.

Nem tanto mais pela competição, claro que está presente em nós, como na vida; mas principalmente pela “zoação”, depois de um banho tomado no vestiário, que ganha maiores dimensões à medida que a cerveja vai sendo consumida. A retomada desse ambiente com o meu cunhado e mais integrantes da família me serviu de motivação e inspiração para produzir essas linhas para a Coluna de hoje. Compartilhar com o leitor e leitora que gosta de futebol, essa experiência da semana passada. Eu não entrei em campo, por motivo de dor no joelho esquerdo. Mas, de fora, na pequena arquibancada, era como se eu participasse realmente das jogadas. Lembrei dos meus tempos, lá de trás, do futebol com meus amigos de rua, com o meu pai, com o Pedro. Senti uma saudade danada.

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Mas também senti uma vontade de me recuperar o quanto antes para retornar às peladas semanais. Porque além de fazer muito bem à saúde, em todos os seus aspectos, faz com que dividamos a vida com as pessoas queridas, fazendo aquilo que a gente ama. A vida fica bem melhor. E com sentido. O importante é estarmos juntos.

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