Entra ano e sai ano, renovo minha lista de desejos para o ano que chega. Esse ano estou um pouco adiantado. Já tenho necessidade de fazer em mim um tempo novo. Quais são esses desejos? Vou compartilhar com vocês, leitores de todas as sextas-feiras da coluna. Com a proximidade da aposentadoria, apresento alguns passos, cheguei a dez, para a construção da minha vida no futuro, não, necessariamente nessa ordem:
1) Emagrecer – uma meta de perder alguns quilos no transcurso do ano. Com um pé na Terceira Idade, o nível das taxas sanguíneas devem estar nos índices que a literatura médica recomenda; o quanto preciso fazer as pazes com a balança;
2) Educação financeira – aprender a poupar, fazer uma reserva financeira, por menor que seja (a faculdade não me ensinou a ganhar dinheiro);
3) Praticar atividades físicas, regularmente, no mínimo, três vezes por semana. Você sabia que essa atividade protege contra o aparecimento de doenças mentais? Depressão e sensação de vazio existencial. Que atividade física te agrada, caro leitor? Já escolheu a sua? Eu estou engatinhando nessa parte… Não gosto de academia (do ambiente). Caminhada, eu gosto. Às vezes, troco pela leitura matinal diária dos jornais. Estou sem jogar bola, entregue ao Departamento Médico, em processo de regeneração física e muscular;
4) Aumento da prática do exercício de espiritualidade. O que não implica obrigatoriamente ter que frequentar cultos religiosos. Eu gosto muito do rito de uma missa. As roupas das autoridades. As cores. Tudo isso me fascina e me faz ver Deus. Gosto também de, semanalmente, motivado pela esposa, realizar um culto no lar. Tenho uma essência religiosa. E vou potencializá-la no transcurso do meu envelhecimento;
5) Escrever – vou me dedicar a escrever, como tenho feito aqui todas as sextas-feiras. E para tanto, quero aumentar em mim o apetite pela leitura. A salvação do mundo passa pela literatura. O que seria de mim sem os livros? Ou para esbarrar no mantra evocado pela minha mãe, e que não sai de mim, “o estudo é a luz da vida”. Ela que, quando criança, andava mais de quatro quilômetros para chegar à escola e que tinha o sonho de ser professora primária;
6) Reinvenção profissional – Minha aposentadoria está chegando. 2020 promete outros projetos. Novos caminhos. Novas trajetórias serão percorridas por mim no campo do envelhecimento humano. Vou me dedicar à sequência dos estudos gerontológicos e buscar me firmar no meio acadêmico das salas de aulas na graduação e pós-graduação.
7) É preciso me recriar. Ter horas sagradas para o lazer. Curtir férias. Conhecer novas gentes, novos lugares e outras culturas. O mundo não termina na Praça da Estação!;
8) Investir em capital social – Buscar fazer novos amigos e cultivar as amizades antigas, os de longa data. Ter com quem conversar. O pior envelhecimento é o social. No silêncio e na solidão. É fundamental arrumar um tempo para re/visitar os familiares. Não perder os vínculos. Promover encontros periódicos para o abastecimento afetivo tão necessário à nossa saúde;
9) Buscar cada vez mais o aprimoramento profissional. Fazer cursos. Congressos. Simpósios. Estudar muito. Aprender sempre, cada vez mais;
10) Construir uma renda que me permita ter uma casa, um espaço para moradia de meus sonhos, desejos e propósitos de uma vida simples e rica de novidades próprias de um menino. As metas estão traçadas. Peço a Deus, a longevidade necessária para não desistir delas e ter tempo suficiente para celebrar cada etapa alcançada. Assim, eu espero ter cumprido a minha missão. Na direção do que eu esperava de mim.