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Passou da idade?

“Casos como o dessa senhora do Grajaú, infelizmente, são vistos de forma recorrente no Brasil e, às vezes, na nossa cidade, denotando a necessidade de desenvolvimento, cada vez mais, de políticas públicas para pessoas idosas, principalmente, no que diz respeito ao apoio familiar”, pontua Pitico

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Com o nascimento até a morte, temos a vida. Desde menino, aprendi em sala de aula, no Colégio Estadual Sebastião Patrus de Souza, no Bairro Santa Terezinha, que somos seres vivos. Aqueles que nascem, crescem, se desenvolvem, ficam adultos, envelhecem e morrem. Como as plantas e os animais. Logo de início, nesta coluna, apresento uma primeira reflexão: pela nossa condição humana, de ser vivo, ou de estarmos vivos. Penso que estamos maltratando nossa casa, nosso mundo e nosso planeta. As condições econômicas produzidas para nossa existência nos impedem de continuarmos vivos. Nossa possibilidade humana de viver cotidianamente está comprometida. O sistema econômico globalizado que não importa com a vida dos seres vivos não deu certo.

Não deu certo porque não respeita nem valoriza a vida humana. São guerras e mais guerras, de várias ordens – de uma nação contra a outra; de uma cidade contra a outra; de um bairro contra o outro; de uma pessoa contra a outra. Perdemos nossa capacidade de conversar. De ouvir a outra pessoa, principalmente, se ela pensa diferente de mim. Se ela não vota no meu candidato. Se ela não torce para o mesmo time que o meu.

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Ou seja, o modelo político que está sendo restabelecido e crescendo no mundo e no nosso país vem ditando nossas relações sociais, familiares e comunitárias para a eliminação de todas as nossas diferenças – entre outras – de gênero, identidade sexual, cor, composição física, etnia e idade. Caminhamos para um lugar, ou melhor, estamos sendo empurrados para um mundo cada vez mais distante do que desejamos viver. Barbárie. Um mundo sem vida. Sem pessoas, de verdade.

E nesse contexto do exercício semanal de produzir conteúdos sobre o nosso envelhecimento, eu entro no conteúdo da coluna de hoje. Quem disse que meus desejos de vida, de viver acabam com a idade? A sociedade diz que sim. Que a vida humana tem uma idade para existir. Passou de certa idade, você deixa de existir. Aponto um conflito aí, um paradoxo. Mas como negar a conquista da nossa longevidade? E com ela temos mais tempo de vida pela frente. Novas metas, novos projetos de vida. Não tem essa de se comportar inativamente e passivamente, diante da idade que você tem, caro leitor e leitora.

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Passou da idade de quê? Estamos vivendo e vamos viver muito mais.Seus planos, seus sonhos tem tempo, sim, para serem realizados, com certeza. Pode começar agora. Com a idade que você tiver. Tem sido recorrente os jornais televisivo, impresso e digital trazerem matérias jornalísticas sobre a realização de sonhos e conquistas de pessoas idosas que conseguiram alcançar suas metas e desejos com uma idade negada pela sociedade para continuar vivendo. E ter desejos, sonhos, metas, vontades não acabam com a passagem do tempo em nós.

Precisamos lutar (continuar). Porque percebo que a motivação externa social para o devido respeito e valorização da vida das pessoas idosas, ainda não existe; e, infelizmente, ao contrário do que deveria ser, ainda representa um desprestígio para todos nós que envelhecemos. Precisamos lutar contra o etarismo, o ageísmo, a gerontofobia – aversão ao envelhecimento. Só há uma possibilidade de a gente não envelhecer, se subirmos mais cedo para “o andar de cima”.

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A vida está em você e com você. Portanto, faça seus sonhos acontecerem. Vai dar certo.

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