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Conversa ao pé do ouvido!

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Historicamente, o nosso país não tem tradição pública de atenção às pessoas idosas. Nossa cultura está muito sedimentada na relevância dada às gerações mais novas. Nada contra! Eu penso que todas as pessoas são importantes, independente da idade delas, e devem ter prioridade na definição de ações públicas no campo da gestão pública. Só que na gestão pública, os idosos ainda não recebem um olhar ampliado sobre as suas necessidades e interesses. Eles estão no mesmo lugar em que a sociedade os coloca: na invisibilidade; não são vistos e nem ouvidos. Nosso desafio, e minha expectativa ao longo da carreira profissional, ao lado de muitos competentes colegas profissionais, é colocar na agenda da cidade a presença das pessoas idosas.

Suas demandas, suas aspirações e projetos de vida, e sim, perspectivas de futuro. Vivemos hoje novos tempos. Mudanças e mais mudanças ocorrem no mundo contemporâneo. Nessa nova ordem mundial, de primazia do mercado financeiro sobre a vida humana, o envelhecimento da nossa população é uma realidade e empurra as pessoas idosas para o precipício social, se políticas públicas não forem dirigidas para a melhoria das suas condições de vida. Estamos caminhando na direção de uma lógica cada vez mais perversa: envelhecendo num ritmo muito veloz e ficando mais pobres.

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Para dizer um pouco sobre essa situação de vulnerabilidade social e econômica em que vivem muitos idosos em vários países e aqui no Brasil, é muito significativo e preocupante o número de pessoas idosas que se entregam ao autoextermínio (suicídio). Há um abandono generalizado desses idosos, diante da força avassaladora e cruel de um sistema político que não se importa com a vida humana.

Nós temos que reagir. E, na minha opinião, essa reação passa pela participação política. E aqui, eu faço um chamamento, uma convocação às pessoas idosas, aquelas pessoas que têm 60 anos ou mais, que não deixem de votar no pleito municipal do dia 15 de novembro. O voto de vocês, o seu voto, leitor amigo, prezada leitora, pode definir o resultado das eleições municipais. Vocês somam quase 105 mil votos nas urnas da cidade. Não deixem de votar. Mesmo para aqueles que o voto é facultativo, eu recomendo: votem, sim!

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Que cidade vocês querem para envelhecer? JF vem se preparando para ser uma cidade amiga da pessoa idosa? Participando do processo político é que vocês contribuem para a transformação de uma cidade para todas as idades. Aos eleitores idosos e idosas eu deixo esse recado. Repito. Não deixem de votar!

Aos candidatos e candidatas a prefeito e prefeita de JF, eu peço o seguinte, numa conversa ao pé do ouvido. As pessoas idosas existem. E são numerosas. E têm vontades, desejos, necessidades e interesses como qualquer ser humano. E querem viver a vida, a sua velhice, com respeito, dignidade e muita qualidade de vida. São cidadãos e cidadãs que deram e podem continuar dando muitas contribuições para o desenvolvimento social, político, cultural, econômico e humano de nossa cidade. A sociedade certamente, não deve prescindir de ninguém, muito menos das pessoas mais experientes e vividas.

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Eu diria aos candidatos e candidatas também que não deixem as pessoas idosas de fora de suas metas e planos de governo. Se desejamos uma cidade com mais cultura cívica e cidadã, as pessoas idosas precisam ser valorizadas e estimuladas para o convívio social e familiar. Elas têm muito o que transmitir para as novas gerações. O que falta é ter na cidade aparelho público de conversa, de encontro; espaço de participação social onde as pessoas idosas possam efetivamente serem ouvidas.

Até os anos 90, as questões, problemas e desafios das pessoas idosas ficavam até então restritas ao ambiente doméstico e familiar. Com a promulgação da Política Nacional do Idoso – Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, a velhice diz respeito a toda a sociedade brasileira. A família continua com a responsabilidade de cuidar de seus integrantes mais idosos, mas não só a família. O Estado e a comunidade também. É por essa normativa jurídica e pelo crescente número de idosos na cidade que entendo que a pauta do envelhecimento tem que estar presente nas narrativas e falas de todos e todas candidatos e candidatas a prefeito e prefeita de Juiz de Fora. Idosos e idosas, ao voto!

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