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Um mais um, é sempre mais que dois!

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Esta semana começou diferente para mim. Recebi, sem esperar, a visita do recenseador do IBGE em minha casa. Logo pela manhã. Uma chegada sem comunicação prévia. Finalizada a entrevista, fiquei pensando sobre ela e percebi que esse expediente oficial me fez sentir vivo e presente na sociedade, na cidade e no país. Ao responder às perguntas que me foram apresentadas, ao término delas, eu tive a consciência de que eu existo (vivo com muitas ausências em mim). Fiquei tomado por uma perplexidade existencial ao reconhecer o quanto que, em nossos dias, a vida de muitas pessoas e a minha também está sendo apagada por tanta intolerância e falta de amor.

Estamos doentes numa sociedade que está na enfermaria do mundo. Não sei, como é para vocês, leitoras e leitores: a impressão que eu tenho é que talvez essa seja a sensação que mais gente tem com esse evento republicano nacional – a cidade sabe onde você mora (apesar de tanta gente que não tem onde morar e nem o que comer). Fiquei pensando sobre o simbolismo dessa representação pública e social. E também fui até onde o Censo não vai. Onde as pessoas como eu, também existem, mas não são contadas, não são consideradas. Não se anota, não se registra nada sobre a vida delas, é como se elas não existissem.

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Precisamos construir um país para todas e para todos. Uma cidade também. Diante de tanta falta de importância e de valorização da vida humana, que estamos vivendo nos tempos atuais, com o aumento da fome e da piora das condições materiais de vida da maioria da nossa população, receber em sua casa alguém que se importe com você, que te pergunta sobre como funciona a dinâmica da sua família, a percepção salarial, renda, composição, condições de habitabilidade, é estimulante e te faz sentir reconhecido e importante, diante de tanta invisibilidade e injustiça social em que muitas pessoas estão colocadas. Como algumas pessoas idosas, por exemplo, que não tendo e não tem com quem conversar e não contam com relações de casa e sociais, vão todos os dias ao supermercado – nem tanto para comprar alimentos – mas, muitas das vezes, batem o ponto, para se alimentarem do contato com outras pessoas e levam um mimo para a moça do caixa que as tratam pelos nomes, onde elas se sentem que existem.

Precisamos construir, desde cedo, e ser ensinado em sala de aula, a necessidade de se estabelecer relações de amizade e de afeto enquanto crescemos e cumprimos nosso rito de passagem por aqui. Sei também que todas essas informações coletadas pelo Censo precisam ser efetivamente trabalhadas e devolvidas à sociedade em forma de novas e outras políticas públicas de serviços sociais e de saúde, que melhorem as condições de vida de toda a população. Não basta só colher e fazer perguntas. É fundamental criar raízes educativas para o aumento de nossa cultura cívica e cidadã. Deixando de lado as impressões pessoais que tive com a presença do técnico do IBGE, é fundamental a construção de um novo país mais justo e democrático.

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Continuando a exposição sobre a semana que se vai neste domingo, tivemos uma agenda temática muito interessante. Com mais uma reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara Municipal
onde definimos a nova edição do troféu Zeneida Theresinha Delgado, no dia 31 de outubro. E também a programação de ações públicas sobre o Dia Mundial da Doença de Alzheimer.

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