Na semana que vem, 20 de dezembro, o Departamento de Saúde do Idoso, da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, completará 20 anos de existência de atenção médica, social, de enfermagem e de fisioterapia com as pessoas idosas, residentes em áreas geográficas desprovidas de uma unidade básica de saúde. Em 35 a 40 bairros, o Departamento de Saúde do Idoso é referência de atendimento em atenção básica, com clínica médica geral, e atenção secundária, com geriatria e otorrinolaringologia, para as pessoas com idade igual ou maior de 60 anos. É também cenário de prática regular para acadêmico/as do curso de medicina de uma grande faculdade da cidade. Outro/as acadêmico/as de diferentes áreas também fazem do departamento um laboratório para suas pesquisas científicas.
O Departamento de Saúde do Idoso foi criado em 1999, ano consagrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Ano Internacional do Idoso. No início de suas atividades, funcionou à Rua Espírito Santo 495, Centro, tendo à frente a enfermeira Diana Marta. A existência do departamento representa um passo firme na direção de ampliar, fortalecer e consolidar os direitos sociais e de saúde das pessoas idosas residentes na cidade. Já tínhamos o Centro de Convivência, o Pró-Idoso da Amac. A atenção social veio primeiro, e 11 anos depois foi criado o Departamento de Saúde do Idoso. Ambos os equipamentos públicos foram autorizados pelo ex-prefeito Tarcísio Delgado, o que não é mera coincidência. É sensibilidade social e humana na forma de gerir a cidade, com o progressivo aumento da população idosa de nossa cidade, novos desafios são apresentados.
No campo das políticas públicas, a cidade precisa enxergar as necessidades das pessoas idosas que estão fora da visão urbana e familiar. Eu me refiro às residentes em instituições de longa permanência. O Departamento de Saúde do Idoso, nessas duas décadas, tem feito o que pode, de melhor, no acolhimento às pessoas idosas. São 20 anos de atenção pelo SUS – público e de qualidade, com profissionais altamente competentes e qualificados. Nós, funcionários públicos, trabalhamos e muito pela nossa cidade, pela nossa população. Conheço muita gente boa e competente no serviço público municipal que trabalha com dedicação, responsabilidade e amor ao que faz. Principalmente na saúde pública. Para não dizer em outras áreas, que certamente, existem também. Modéstia às favas, eu faço parte desse grupo. Nada demais. Minimamente é a minha obrigação.
A cidade precisa se envolver um pouco mais, bem mais, com as demandas das pessoas mais velhas. Estamos envelhecendo muito rápido. Sejamos solidários uns com os outros. De que me adianta viver mais, mas sem qualidade de vida? As doenças crônico-degenerativas estão mais presentes no nosso cotidiano familiar e comunitário. Quem vai cuidar das pessoas idosas dependentes? Que serviços a cidade oferece para as pessoas idosas sem autonomia e com pouca independência para gerir a sua vida? Onde se formam os cuidadores de pessoas idosas, em que escola ou faculdade?
É motivo de muito orgulho, na minha opinião, contar com os serviços do Departamento de Saúde do Idoso. Mas, como sempre, escrevo por aqui, precisamos avançar. Criar na cidade uma rede de atenção à saúde da pessoa idosa. Conhecer quem faz o quê, como faz, onde faz e disponibilizar, por direito, à comunidade idosa de Juiz de Fora. Promover uma gestão intersetorializada e compartilhada de nossos serviços e programas. A cidade não pode parar em cima do que já foi conquistado. As pessoas idosas são as protagonistas da vez. Querem mais. Merecem mais. Por outro lado, é o que também registro nessas linhas, a pessoa idosa tem que participar de movimentos sociais próprios. Conselho do Idoso. Da Assistência Social. De Saúde. Da Câmara Sênior. Da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara Municipal. Entre outros.
Parabéns ao Departamento de Saúde do Idoso. Vida longa. Se muito vale o que já foi feito, mais vale o que será! Vamos em frente.