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Passa logo, coronavírus!

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O mundo está mesmo no fim! É o apocalipse? Agora nossa cabeça está ligada ao coronavírus. Não tem como ficar indiferente a pauta. Em todos os lugares e com pessoas diferentes vem alguém falar de alguma novidade ligada ao coronavírus. E temos que nos preocupar, sim. A situação exige de todos nós medidas de prevenção e defesa. E ações concretas de autoridades sanitárias brasileiras para a população, com o objetivo de evitar comportamentos extremados e desequilibrados, movidos pela angústia da morte. Esse fantasma que sabe o dia do nosso aniversário. Isso me dá um sentimento de insegurança e de um salve-se quem puder. Acentua ainda mais o ambiente de competição e de disputa de um grupo contra o outro, de uma pessoa contra a outra, de um time contra o outro na sobrevivência nossa de todo dia. Mesmo sem o tal do vírus, dessa notícia que causa medo e alarde entre nós, já estamos há muito tempo contaminados pela luta das classes sociais (desde que o mundo é mundo). Na busca de melhores condições de vida para toda as pessoas. De uma sociedade que construa relações justas e de mais oportunidades para todos no desejo de emancipação humana.

No campo da minha imaginação, me permito apresentar a vocês pensamentos desconectados sobre a realidade necessária da prevenção contra essa epidemia mundial. No momento em que nós mais precisamos de afeto, de abraços e de beijos, ou seja, de mais contato humano para fazer frente à mecanização de nossos corpos e almas, vem o coronavírus e nos adverte que, se participarmos de algum evento social, culto religioso, missa e outros, devemos evitar o contato humano. Com todo o respeito que há em mim pela liturgia eucarística, rezar o Pai Nosso e postar-se, indiferente, sem dar a mão ao irmão em Cristo, que está ao meu lado, é duro demais pra mim. Estar diante de um/a artista, ou diante de um escritor/a e não poder ter os autógrafos dele/as, aí sim, é de morrer. Estar frente à frente do seu ídolo, de um esporte qualquer; futebol, por exemplo, e não ter uma selfie com ele, é terrível de ruim. Desejar a paz de Cristo, sem abraçar, não dá. Logo agora, que precisamos tanto de ressignificar a nossa vida, que precisamos tanto de amor.

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Essas necessidades passam necessariamente pelas relações humanas que estabelecemos com as pessoas, com os nossos amigos e com os nossos familiares. E eu que estava a caminho da minha redenção humana. Da minha compaixão com o meu semelhante. Buscando expressar minhas emoções com espontaneidade e com simplicidade. Perdendo a timidez social. Fortalecendo a minha identidade: vou ter que começar do zero. Fazer tudo de novo. Buscar ajuda psicoterapêutica. Pensando melhor, talvez eu precisasse mesmo de mais tempo para ficar melhor. O lado de dentro da gente exige mais preparo, mais tempero e mais tempo para cozer, para ficar no ponto. Como assar um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Tem que saber o tempo certo de tirar do forno. Precisamos de um tempo em nós para pegarmos o sabor da vida.

Voltando à realidade do tema. Nessas alturas, o mosquito da dengue já está em outras bandas, não se fala mais nele. Eleições municipais batem à nossa porta. Assaltos, crimes e mortes. Um cotidiano que pouco se altera. Se na China, onde começou o nosso personagem da saúde, hospitais foram edificados em tempos recordes, nossas estradas continuam interditadas depois das águas das chuvas. E agora com a companhia do coronavírus. Espero para esse momento que estamos vivendo, que haja cada vez mais espaços públicos para informações e esclarecimentos para todos nós sobre o que precisamos fazer para nos protegermos dessa realidade que é o coronavírus. E que nosso governo haja firmemente na direção pública de oferecer tranquilidade e controle da situação. Precisamos de dormir sossegados. Merecemos.

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