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Reunião de domingo!

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Minha fome e minha sede de comer e de beber da presença de algumas pessoas vêm de longe, vêm de pequeno, vêm de pitico que sou. Eu começo em Porciúncula, cidade que me escolheu para ser o seu berço. Nasci no Hospital Municipal sob as mãos de um anjo protetor que atendia pelo nome de Dr. Antonio Jogaib. Deus o tenha!

Os sete anos de idade – de 1961, ano do meu nascimento, ao ano de 1968 – é o marco da nossa viagem para a aventura de descobrir o mundo e realizar o nosso futuro: o dos meninos em idade tenra e o dos pais na ascensão material. Esse foi o tempo que fiquei com a família nessa cidade pequena de nome comprido. E foi o período suficiente para aprender – já na cidade grande – sobre minhas necessidades afetivas trazidas na mudança do caminhão do Jair Madureira e que estão comigo a vida inteira, nessa trajetória que estou construindo.

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De Porciúncula, eu carrego na alma a necessidade de me expressar, comunicar e de me relacionar com as pessoas, começando dentro de casa com as pessoas da família. O que ficava evidenciado nas reuniões familiares natalinas, próprias desse dezembro que se iniciou nessa semana, e que estão coladas à minha memória, desde há um bom tempo, quando tínhamos as presenças dos meus avós, seu Doca e dona Nilta. Não tem como seguir adiante sem essa gostosa marca e doce lembrança.

Trago também na mala da vivência da passagem do tempo em mim a necessidade cada vez maior de celebrar o encontro com pessoas queridas, com familiares, aqueles que são íntimos – mais do que pela pura casualidade ou não – da consanguinidade – e com amigas e amigos. O exercício do trabalho profissional me deu oportunidades para selar amizades, que levo para dentro de casa. O futebol, no meu caso, também me deu amigos. Aliás, me deu o melhor amigo do mundo: o meu pai.

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O “Rivelino” do asfalto. Foi com a bola no pé que eu o tive. Na tabelinha do afeto e da intimidade de nossas vidas. Eu jogava bola com ele na Rua do Quartel do 10° Batalhão de Infantaria, no Bairro Fábrica, nas tardes de sábado, quando ele chegava de viagem. O futebol sempre foi e é motivo de realizar encontros. São jogadas para além do gol.

No tempo presente, persisto na caminhada pela promoção de velhas e novas formas e maneiras de celebração da vida, afinal de contas, como na impecável interpretação musical do imortal João Gilberto, “é impossível ser feliz sozinho”, canção do genial artista Antonio Carlos Jobim.

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Fui conhecer o ritual que é fazer um churrasco em casa aqui em Juiz de Fora, mesmo convivendo nos açougues que os meus tios tinham. É uma outra poderosa estratégia para reunir. Para mim, quanto mais demorar, durar, melhor é. Semelhante a pescar. Quanto mais eu demoro a pescar, mais eu aprendo coisas da vida. Religiosamente, aos domingos, na varanda terapêutica, reúno-me aos meus familiares, na casa dos meus pais, hoje, moradores, para sempre, na nossa espiritualidade.

Naturalmente, caro leitor e leitora, cada um de vocês, cada uma, se desejar, vai ativar encontros familiares e de amigo/as, de acordo com as culturas existentes nos círculos de vocês. Penso que o mais importante mesmo é ter motivos para estar com as pessoas, aquelas que a gente ama, trocar energias, jogar conversa fora, “perder tempo” falando da vida e falando de nós: criar oportunidades e aparelhos de conversas. É o que vale.

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