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Que orgulho, Dionysia!

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É com a alegria de um menino que retomo aqui com vocês, caros leitores e leitoras, as conversas semanais, das sextas-feiras. Hoje é a primeira prosa de 2022. Estar com vocês, através dessa interlocução, é uma experiência de vida muito interessante. Conversamos prioritariamente sobre aspectos ligados ao nosso envelhecimento. Ao envelhecimento de todos nós que moramos, trabalhamos, vivemos e amamos muito JF. Numa pequena e ligeira avaliação sobre a relação que estabeleço com vocês, aqui nesse espaço, já são três anos de convivência. Através da Coluna, eu afirmo que estou satisfeito com o resultado obtido e tenho respostas que me motivam a continuar esse nosso encontro. É sim um grande desafio e me dá um frio na barriga diante do momento de abrir a conversa com vocês. Falar sobre o quê? O que comentar? Escrevo sobre o que me toca a alma e tenho no campo do envelhecimento, a fonte para a minha aprendizagem profissional com intervenções públicas, como essa da Coluna de toda semana, sempre na esperança de contribuir para a sensibilização da cidade sobre a presença das pessoas idosas: seus direitos e projeções de futuro. Meu mantra é: as pessoas idosas precisam ser valorizadas. Precisam ser vistas. Respeitadas. Nesse compilado de Colunas publicadas na Tribuna, somam-se mais de 150, ao longo desses três anos, percebo que novas vozes devem ecoar nas ruas da cidade. Novos sujeitos, novas pessoas, novos atores desejam ter visibilidade na conquista de seus espaços de identidades e expressões humanas de vida. Em resposta à cultura de desumanização que o mundo passa. Ao poço que separa o andar de cima do andar de baixo. As gerações entre si.

Desejo também envelhecer (bem) na cidade. Ter com quem falar na companhia de meus dias de velho. Quero ter acesso ao meu benefício previdenciário sem ter que ficar, horas e horas, na fila, de fora da agência bancária, para ser atendido, todo início de mês. Nem quero ver meu colega de idade, ter que usar uma lupa, que traz de casa, para aumentar as letras para enxergar o comando que a máquina dá no acesso ao seu dinheiro sagrado de todo mês. Por que tanto sacrifício, meu Deus? A vida acontece todo dia, apesar de tanta morte consentida no nosso cotidiano. A Dionysia nos salvou. É a nota extraordinária da semana. Quanto orgulho. Quanta coragem. Quanta vitória. A artista, cantora, do bairro São Bernardo é uma grande vencedora. Independente de sua colocação nas etapas seguintes do The Voice da TV Globo. Nós, aqui de casa, torcemos muito por ela. Muita gente do nosso contato, também. E foi “cruel”, quase no final, o Brown, virar a cadeira. Ô alívio!

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Fiquei pensando. Primeiro, me senti muito feliz, em ver a Dionysia no programa. Foi na minha rede social, através da Anézia, que fiquei sabendo desse momento. Depois. Me veio à ideia, de que, de alguma forma, o nosso trabalho social e público com pessoas idosas, aqui na cidade, tem dimensões muito maiores do que a gente possa imaginar. Ou seja. O que fazemos socialmente, no exercício diário dos anos, extrapola as fronteiras do pensar. Como diria o outro brother. Toni Garrido em sua cidade negra.

Foi maravilhoso. Um domingo para entrar e não sair da historia da cultura nacional e da memória da cidade. Espero, acredito e tenho certeza, de que outras Dionysias vão se encorajar e vão partir pra luta. A conquista de mais idade, de maior longevidade, faz com que nossos sonhos tenham tempo de se realizarem. Mas é preciso sair do lugar. Como fez a Dionysia. Que orgulho!

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