Você sabia que os agrotóxicos estão cada vez mais presentes nos alimentos que ingerimos diariamente? O resultado é fruto do advento da Agricultura e Revolução Industrial, quando o ser humano optou pela diminuição das incertezas busca por alimentos. E, com o aumento da população e a pressão por maior oferta de alimentos, a humanidade teve que buscar alternativas para suprir a demanda. Entre as soluções está o uso de agrotóxicos.
Difícil imaginar o impacto inicial do uso de agrotóxicos nas plantações. Hoje são amplamente utilizados nos mais variados tipos de plantios. E, não há nenhuma previsão que sinalize que a situação irá mudar. Segundo a Anvisa, os alimentos mais contaminados com agrotóxicos são: pimentões, morango, pepino, alface, cenoura, abacaxi, beterraba e mamão.
O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O país ultrapassou a marca de um milhão de toneladas por ano, o que seria equivalente, em termos de consumo médio por habitante, de aproximadamente 5,2 quilos de agrotóxicos. O mercado de agrotóxicos movimenta bilhões de dólares no país e envolve múltiplos interesses. Mas, o interesse na saúde pública e no bem-estar da população deve prevalecer sempre.
O uso abusivo dos agrotóxicos pode provocar problemas na gestação, podendo levar ao aborto e à malformação congênita, prejudicando muito a condição saudável do feto, além de transtornos no desenvolvimento das crianças e problemas de cognição. Os filhos dos trabalhadores rurais que estão expostos constantemente aos agrotóxicos sofrem com muitas doenças relacionadas a essa situação.
As intoxicações podem causar irritações cutâneas, convulsões, desmaios, tonturas, cólicas abdominais, náuseas, dificuldades respiratórias e em alguns casos levar ao óbito. Quando existe a exposição prolongada ao agrotóxico, potencialmente a pessoa desenvolve intoxicação crônica, que vai acarretar paralisias, tumores, lesões no cérebro e no fígado, e em alguns casos alterações de comportamento.
No Brasil temos órgãos governamentais envolvidos na questão como Anvisa, Ibama e Inca. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também contribui para discussão de melhores práticas de produção dos alimentos. Em paralelo, Ong’s realizam diversos trabalhos que abrangem fóruns de discussão, ações nas escolas e nas comunidades, promoção de eventos, interação com os órgãos públicos, cobrança de aplicação da legislação e mais compromisso das autoridades.
E o que podemos fazer para nossa proteção? Uma opção são os alimentos orgânicos. O preço do orgânico é mais elevado se comparado com o alimento produzido em escala industrial. Mas, vale fazer a conta sobre o dinheiro gasto com boa alimentação, que garante em parte a boa saúde versus o dispêndio com remédios e tratamentos que serão necessários depois de consumir alimentos carregados de agrotóxicos.
A situação não é confortável, mas temos condições viáveis para melhorar. Devemos começar por montar um grande painel da situação atual, que exponha os riscos potenciais e os males que estão sendo causados. Com isso, as ações corretivas vão refletir o grau de comprometimento de toda a sociedade com a saúde pública e o desenvolvimento de uma nova geração mais saudável. Mas, o que já sabemos é que os agrotóxicos não podem ser considerados benéficos à saúde.