Campylobacter. O nome parece bem complicado e estranho, mas, o estrago causado por essa bactéria pode ser fatal, sendo a causa mais comum de intoxicação alimentar bacteriana no mundo, ultrapassando mesmo as infecções causadas por Salmonella. E, não devemos pensar de forma regional, pois está presente nos países industrializados. Sendo assim, todos os continentes são afetados, o que reforça a necessidade de cuidar da alimentação.
As infecções agudas causadas por algumas espécies do gênero Campylobacter, denominadas campilobacterioses podem acarretar severos problemas de saúde, como diarreia sanguinolenta, fadiga, febre, náuseas, vômitos e dores abdominais intensas. Nas crianças menores de um ano pode causar atraso no crescimento e comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo, e em adultos ser uma das causas da Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune que se caracteriza por um quadro de fraqueza muscular progressiva, que pode levar à morte.
Recentes estudos feitos pelo Centro de Pesquisa Médica da Marinha dos EUA e a Universidade Johns Hopkins testam novas terapias para prevenir e tratar a infecção. Mostram também a importância das condições de saúde da pessoa infectada determinando a gravidade ou não dos sintomas. É preciso ressaltar que avanços estão sendo obtidos, mas existe um longo caminho a ser percorrido.
Cabe ressaltar que os hábitos de higiene são primordiais em todas as situações relacionadas à produção, comercialização e consumo de produtos agropecuários. Abandone definitivamente a ideia de que alguns produtos estão imunes a contaminações. Consumir alimentos contaminados ou ter contato com as fezes dos animais infectados propicia a entrada do microrganismo em nosso organismo.
Tome cuidado com o preparo de carnes, inclusive, com o risco de contaminação cruzada entre carnes sem cozimento e processadas. Imagine um churrasco, em que a mesma faca é usada para cortar todas as carnes a serem preparadas, e depois na tábua única disponível, as carnes já assadas são partidas e servidas.
Dada a importância do combate à doença, nos Estados Unidos e Reino Unido foram feitas ações para informar a população em geral sobre a maneira correta de manipular carne de aves, ressaltando que não se deve lavá-las antes do preparo, em função do risco de disseminar a bactéria pelo ambiente (pia e outros utensílios) e corpo de quem manipula a carne.
Segundo alguns estudos, o contato direto com animais domésticos infectados e o consumo de leite cru (não pasteurizado) e água contaminada são outras fontes de transmissão. E, as aparências podem enganar, já que muitos animais são portadores assintomáticos da doença. Neste sentido, deve-se tratar da saúde dos animais.
Visto tantos riscos estarem envolvidos, acredita-se que dificilmente em um curto prazo estaremos livres da ameaça.
Portanto, vamos ficar atentos com todos os aspectos relacionados à cadeia de alimentos, da produção ao consumo, do tratamento e cuidado com os animais e saneamento básico. Assim, diminuiremos os riscos de contaminação e multiplicação de casos da doença.