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Não basta ser forte

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Que o Brasil não é um país para os fracos, já sabemos. Mas os últimos acontecimentos têm exigido sobremaneira de cada um parido nessa pátria que, há algum tempo, nem de longe se parece com a figura de uma mãe. Somos como filhos abandonados, aprendendo a viver sozinhos numa terra hostil. Manter a lucidez sem sucumbir é nosso desafio de todo dia, ao acordar nesse lugar onde leis são desrespeitadas por quem devia zelar por elas e meninas são obrigadas “a suportar mais um pouquinho”, enquanto os direitos das mulheres vão se esfacelando.

Em curtíssimo espaço de tempo, ainda tivemos que lidar com as cenas brutais de um homem desferindo toda a sua sordidez, em forma de violência, contra uma mulher em pleno exercício de suas atribuições institucionais. Somam-se a essas barbaridades os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, que tiveram suas vidas tiradas ao combater o bom combate na guerra contra a natureza.

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Da mesma forma inacreditável, houve ainda a morte de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado dentro de uma viatura policial. E, se miséria pouca é bobagem, na semana que passou, teve gente que ficou com a cara queimada pela prisão do ex-ministro da Educação em operação da Polícia Federal, para investigar tráfico de influência e corrupção na liberação de verbas destinadas ao desenvolvimento da educação brasileira.

São tantas adversidades em menos de um mês, que parece, realmente, que o país obriga seus cidadãos a tolerar o intolerável. Para viver por aqui, não basta ser forte e deixar essa força paralisada. É preciso reação. Parece sim que existe uma guerra que deixou de ser velada e, para que haja alguma chance de sair vivo dela, e aqui digo vivo literal e metaforicamente, é necessária a compreensão do que está acontecendo. E esse entendimento carece vir acompanhado de ação, porque, sem isso, é ficar, cada vez mais, enredado pela perversidade.

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Quando digo ação, também não estou só dizendo sobre os grandes feitos, porque esses ultrapassam a esfera diária, mas estou tentando chamar atenção para os pequenos gestos, para nossas ações comezinhas. Se começarmos por baixo, haverá implicações lá em cima. Respeito às regras de cidadania, além de ser um bom começo, pode servir para o despertar da consciência sobre a nação que temos e a que queremos ter. Se o Brasil não é para os fracos, é preciso começar agora!

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