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Para depois da pandemia

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Noite passada meu sono relutou a chegar. Liguei a televisão. Comecei a assistir a um filme, mas logo me desinteressei. Apelei para um livro, mas a concentração não veio. Busquei o celular e tentei distrair-me nas redes sociais, mais desinteressante ainda. Nada serviu de convencimento para o sono. Era uma insônia daquelas. Mais uma nestes dias pandêmicos! A quarentena tem sido pródiga em nos roubar a tranquilidade, que é essencial para uma boa noite de paz com o travesseiro.

Li em um site qualquer, que agora não me lembro qual, que, neste período de isolamento social, por conta do coronavírus, muitas pessoas estão tendo problemas de insônia. O medo da doença e as incertezas causadas pelos impactos econômicos da pandemia são os principais motivos dos distúrbios da hora de dormir, nestes últimos sete meses assombrados pela Covid-19.

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E, na verdade, acho que não dá para ser diferente, não é mesmo? Estamos atravessando um momento coletivo e único para todo o planeta, que aguarda o surgimento de uma vacina. A última pandemia da mesma proporção que se tem notícia, a da gripe espanhola, aconteceu há dezenas de anos (em 1918) e em uma época muito diferente da nossa.

Essa é uma experiência que jamais imaginamos que teríamos de experienciar, porque parece coisa de cinema de ficção. O filme “Contágio”, de 2011, dirigido por Steven Soderbergh, não me deixa mentir. E, por falar nisso, como a atriz Marion Cotillard estava linda nesse filme. Para quem ainda não assistiu, vale a pena. O drama trata da proliferação de um vírus que muito nos remete ao coronavírus e das tentativas de pesquisadores, médicos e autoridades de saúde pública para identificar e conter a doença.

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A narrativa ainda toca na questão da consequente perda de ordem social com o avanço da pandemia e na busca da introdução de uma vacina para impedir sua propagação. Parece que a vida imita a arte, ou será o contrário! Aqui não faço um questionamento, é só uma exclamação mesmo.

Mas, voltando à questão da falta de sono, essas noites mal dormidas podemos associar a uma vivência com a presença real do risco de doença, de internação ou morte, de necessidade de isolamento social e de afastamento das atividades do trabalho, sociais, esportivas de lazer e etc. Assim, claro que, potencialmente, estamos sujeitos ao surgimento de sentimentos de insegurança, incerteza e medo do que pode acontecer no presente e no futuro.

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A bem da verdade, eu não queria que esse texto fosse mais um de lamentação sobre a quarentena e sobre seus impactos negativos na nossa vida. Quando o iniciei, minha intenção era falar acerca das coisas boas que vamos fazer depois que tudo isso acabar, o que justifica o título da coluna: “Para depois da pandemia”.

Para depois da pandemia, eu quero mais sol, mais brisa, mais mar, mais viagens. Para depois da pandemia, quero mais noites enluaradas, regadas à música, na companhia de amigos. Quero minha família, minha mãe, meu pai. Para depois da pandemia, quero deixar de correr contra o relógio, de agir de maneira automatizada, quero mais tempo para cafés da manhã. Quero mais colo, ser mais colo e ombro também. Para depois da pandemia, eu não quero nada da rotineira normalidade, nem do velho novo normal. Pelo contrário, quero desejos outros, projetos, mudanças, reviravoltas e criações. Claro, também quero boas noites de sono! E você?

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