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Só por hoje

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Infelizmente, não há como fugir. As notícias ruins, mesmo que façamos de tudo para evitá-las, chegam até nós. Elas se instalam na nossa casa na hora da mesa do café, acompanham a gente no trabalho, depois na mesa do bar e, por fim, tiram nosso sono na hora da cama. Sou do tipo que até gosta de dramas humanos, porque neles sempre há algum ensinamento. Uma reflexão que cabe em certo aspecto da nossa própria vida e nos incita a dar a volta por cima, mesmo que seja só momentaneamente e sem que haja a prática de fato. Mas é um respiro em meio ao caos. Confesso que sou fascinado pelas coisas da essência humana que não são corrompidas pela ganância.

Hoje há muitas notícias ruins no país e no mundo, mas pouco se salva em matéria de engrandecimento pessoal. Muitas delas não dão para compreender e, às vezes, é mesmo preferível não entendê-las. Ignorância, barbárie, fome, genocídio e guerra estão na pauta da vez. É só ligar a televisão e procurar nos canais de notícias o que os humanos têm feito para que a vida na Terra seja menos agradável.

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Não gosto desses dramas. Esses são resultados de péssimos roteiros, nem mesmo servem para o corujão da madrugada. Em vez de apaziguarem a alma, a deixam ainda mais sufocada.

Enquanto escrevia repercutia no mundo a morte do ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, assassinado por tiros durante um ato de campanha do seu partido. No Brasil, as manchetes eram sobre a prisão na Colômbia pela Polícia Federal do homem suspeito de ser o mandante dos homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

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Achei melhor desligar a tevê pelo menos naquele momento. Não porque considere irrelevante tais informações, mas porque chega um tempo em que é necessário se desligar mesmo. Depois de um tempo off, o corpo e a mente ficam revigorados. Mesmo sendo jornalista e sabedor da importância social das notícias, não dá para negar que, enquanto pessoa, somos afetados por tanta negatividade. A vontade é de parar o mundo e descer, mesmo que seja só por hoje.

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