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Usar máscara é questão de cidadania!

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Na última segunda-feira, tive que ir até uma farmácia. Era por volta das 20h. Estava um pouco frio, mas a lua cheia iluminava o céu como um convite a sair de casa. Aquele satélite natural da Terra me afrontava, pedindo para ser apreciado da rua, mesmo sabendo que a Terra gira sob quarentena. A necessidade de comprar um remédio e o suplício da lua justificaram minha saída, mas, claro, usando máscara e com frasco de álcool em gel no carro. Pois bem! No caminho para a botica, trafeguei pela Avenida Brasil e, para a minha surpresa, a “orla” do Rio Paraibuna estava lotada. Havia muitas pessoas fazendo caminhada, porém, a grande maioria sem o uso de máscara.

Dessa forma, fiquei pensando o quanto falta ainda para que nós, brasileiros, sejamos cidadãos de fato. Será que é tão difícil o entendimento da necessidade do bem comum, mesmo diante de uma pandemia, que já foi responsável por tirar a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo? O uso da máscara é importante não só para a autoproteção, mas para a proteção dos outros, e essa é uma noção que todos devemos ter. Viver em sociedade é ter o entendimento de que é necessário seguir um conjunto de condições que tem o objetivo de nos levar a alcançar a plenitude.

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Quando há falha nessa compreensão, esse pacto é quebrado, e a cidadania, uma ideia tão cara às sociedades em evolução, caminha para o brejo. E esse caminhar é um processo o qual o Brasil segue há anos e tem em muitos de nossos mandatários a figura que nos aponta o caminho. Quando assistimos a lideranças políticas divergindo acerca das melhores maneiras de enfrentamento à Covid-19, o que podemos esperar de parte da população, que insiste em ignorar todos os alertas e protocolos das autoridades sanitárias? “Nada é tão contagioso como o exemplo”. Não é assim que diz um dos memes repercutidos nas redes sociais nos últimos tempos?

Se uma das maiores vozes que o Brasil tem no patamar de cima se coloca contrário ao isolamento e à utilização da máscara, uma parcela da sociedade se põe no direito de confrontar qualquer autoridade de saúde ou de desrespeitar qualquer medida de proteção.

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No momento em que aqueles que estão no comando não enxergam o valor da cidadania e negam o que recomendam especialistas da área de saúde ao redor do planeta, todos os riscos apresentados pelo coronavírus são colocados em xeque. A expressão “bem comum” não sai da boca de políticos, mas o significado que dão para ela pode ficar muito abaixo do que realmente seria um bem coletivo. No plano individual, é como se cada um estivesse liberado para fazer o que bem entende, e o conceito de bem comum torna-se vazio.

O certo é que tanto a população mais vulnerável, que encontra mais dificuldade de ficar em isolamento, quanto aquela que pertence às classes média e alta têm problemas de entendimento do que seja a cidadania. Enquanto nação, temos ainda um longo percurso até atingirmos esse ideal. Ainda não temos valores que nos impelem a pensar nos outros nos detalhes mínimos do nosso cotidiano e, pelo jeito, não será esse vírus mortal que nos fará aprender essa lição!

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