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Derrubar muros

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Acordamos neste domingo com uma missão muito importante. A de livrar nossa sociedade do medo. Nos últimos tempos, o sentimento de horror é o que tem deixando muitas pessoas recolhidas. Existe um pânico geral que sufoca a voz daqueles que buscam uma sociedade mais justa e respeitam a igualdade de direitos. A coragem precisa dar a volta por cima, para derrubar os muros que já foram erguidos até agora, mas não são indestrutíveis. Dissipar as sombras que encobrem nossa bravura é mais que uma obrigação em busca da tão almejada paz social, que deve ser para todos, não só para privilegiados. Por isso, nunca é demais lembrar que todos temos algum tipo de poder e de influência, a fim de que possamos deixar para trás esta situação de exílio à qual nos lançamos e à qual não merecemos.

Quando criança, nas pequenas travessuras infantis, aprendi que o que não era bom para mim não podia ser bom para os outros. Era o conselho de minha mãe para que não sentisse na própria pele qualquer tipo de desgosto que eu pudesse causar para outra criança. Era preciso, muitas vezes, engolir o choro, para aceitar que estava errado e pedir desculpas.

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Trago comigo esse ensinamento e tento aplicá-lo de forma prática na minha vida. É algo desafiador, requer estar sempre em alerta diante de uma sociedade que a toda hora nos põe à prova e diante de relacionamentos, no dia a dia, que são praticamente só movidos por interesses. Mas, apesar de toda dificuldade, no meu ponto de vista, é um dos caminhos para a existência de uma sociedade mais humanizada, menos embrutecida.

Deixando de lado qualquer tipo de ideologia política, o mundo não seria muito menos hostil se minha busca pela felicidade não servisse de obstáculo para a felicidade do outro? Mas não é assim tão fácil, porque as ideologias existem e nos atravessam. Mas qualquer prática de ódio que nos leva a sentir pavor deve estar para além de qualquer ideologia. Por que a felicidade alheia incomoda tanto e por que tem tanta gente indisposta com o modo de existir do outro?

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A explicação pode estar na opção pelo ódio. Quem escolhe o ódio como bandeira de vida vive asfixiado no recalque e perambula – hoje não mais pelos cantos, mas dando a cara a tapa – à busca da ruína da felicidade do outro. É uma opção de vida pautada pela miséria humana, e os miseráveis se comprazem no sofrimento do outro.

São por essas razões que o dia de hoje se faz tão importante. É chegada a hora de nos livrarmos do medo e de deixarmos soltar o grito de alegria que há muito vem sendo abafado. É preciso empurrar novamente para o abismo tudo aquilo que vem nos fazendo mal e nos deixando horrorizados. Mas sempre ciente de que esse medo jamais poderá ser esquecido. Não ignorá-lo é nossa arma para que jamais ele tente sair do buraco onde foi sepultado. Que os muros aos quais me referi no início deste texto sejam derrubados e, de seus entulhos, pontes sejam construídas. Que assim seja!

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