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O poder de transformação do conhecimento

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Foto: Divulgação

Ele se sentia constantemente deprimido, mas se recusava a fazer terapia com psicólogo. Ela, portadora de enfisema pulmonar, viu sua mobilidade se restringir até o ponto de acreditar que “nem sabia mais andar”. Hoje essas duas realidades passam longe na vida do casal Francisco Mattos e Dilma de Souza Mattos, juntos há 51 anos, graças à mudança de atitude provocada pelo poder do conhecimento. Amparados pelo apoio de profissionais, tornaram-se parceiros engajados no cuidado da própria saúde e o que antes relutavam em fazer – terapia e fisioterapia, respectivamente -, se transformou em práticas cheias de significado e sentido capazes de alterar para sempre o rumo de suas vidas.

Casoscomo de Francisco e Dilma são considerados clássicos do chamado protagonismo do paciente. Uma nova dimensão do cuidado à saúde que começa com um processo de educação, conhecido no meio médico, como alfabetização do paciente. “Como engajo uma pessoaao tratamento se ela chega no consultório e fala que está com dor no ‘figo’? Se o paciente não sabe nem o nome do órgão onde sente o incômodo, quanto menos vai saber sobre a doença que tem. Por isso, a primeira coisa que o profissional deve fazer é educá-lo, para assimconseguir seu engajamento, atuando como fonte de apoiopara o autocuidado”, explica a especialista em Experiência do Paciente e professora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), Kelly Rodrigues.

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Os dois especialistas, Kelly Rodrigues e Marcelo Alvarenga, destacam a educação do paciente como um dos fatores para o desfecho clínico favorável (Fotos: Divulgação e Imprensa HSL)

“Estamos vivendo a transição de uma época em que nós, profissionais de saúde, éramos mais paternalistas. Além disso, com toda a tecnologia que temos acesso, como internet e smartphone, o conhecimento deixou deser restrito”, observa o médico, gerente de Experiência do Paciente do Hospital Sírio e Libanêsna capital paulista, Marcelo Alvarenga.“Eu, por exemplo, sou endocrinologista e trato de muitas pessoas com diabetes. Quanto mais elas sabem sobre os riscos da doença, mais fazem o que deve ser feito e melhoram o desfecho clínico.”

Isso explica na prática que dar poder de decisão ao paciente não temnada a ver com tirar poder do médico. De acordo com a organização “EuropeanPatientsForum”,inclusive, empoderar o paciente significa promover o desenvolvimento e a implementação de políticas, estratégias e serviços de saúde que o capacitem a se envolver no processo de tomada de decisão e gestão de sua condição, de acordo com sua preferência, enquanto aumenta a consciência sobre seus direitos e responsabilidades.Um jogo onde só tem vencedor.

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Seja um paciente empoderado

  1. Busque conteúdo educativo sobre seu corpo e sobre o que sente junto às próprias instituições de saúde.
  2. Tenha uma comunicação assertiva no ambiente do consultório, para saber o que é importante que seja feito em casa. Procure um profissional aberto, com quem possa esclarecer suas dúvidas.
  3. A tecnologia é uma boaaliada. Utilize aplicativos que lembram a hora de tomar medicamentos, fazer exames, voltar às consultas médicas, por exemplo.
Fonte: Marcelo Alvarenga – Gerente de Experiência do Paciente do Hospital Sírio e Libanês.

Os 3 pilares estratégicos para o protagonismo do paciente

Fonte: Kelly Rodrigues, especialista em Experiência do Paciente, diretora executiva da PacientCentered Consulting
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