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Por Jarbas, Max e pelo esporte

‘Família’, Maxwell era mais um atleta da região também apaixonado pelo futebol americano (Foto: Daniel Braga/Xfoto Fotografia)

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Sempre me orgulhei em ter a possibilidade de trabalhar com esporte pelo poder social que ele possui. É óbvio que minha paixão por futebol, vôlei, basquete, natação, atletismo e tantas outras modalidades em alto nível, que acompanho desde pequeno pela televisão, me influenciou muito. Mas a raiz, dentre as inúmeras capacidades benéficas do desporto, é a real possibilidade de mudança de vida, seja por meio da saúde mental, física ou até mesmo no aspecto financeiro.

Sou dos torcedores mais fanáticos do “time esporte”. A prática regular de atividades físicas é um refúgio diário, mesmo que no apertado espaço do meu quarto. A endorfina e tantos outros ganhos me fortalecem.

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Mas da mesma forma que apuro, produzo e edito, sorrindo, matérias de grandes histórias, cercadas de superação nas dezenas de modalidades existentes, sofro ainda mais com perdas em um meio tão desvalorizado por nossa sociedade. E em duas semanas tivemos o adeus de nomes muito queridos por complicações geradas pela maldita Covid-19.

Infelizmente não conheci o mestre Jarbas Dutra, tampouco o jogador de futebol americano do JF Imperadores, Maxwell Delvivo. Mas receber as notícias de perdas tão significativas ao esporte regional e conversar com pessoas próximas aos dois, vivendo um sofrimento profundo, me trouxe a sensação de que ambos fossem meus amigos. E um ódio, confesso, aos que insistem em festas clandestinas nos fins de semana, com seus stories movimentados em um mundo próprio de puro egoísmo.

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Sofri mais ainda por ambos estarem no ambiente no qual sou envolvido pessoalmente desde sempre e profissionalmente há uma década. Pelos relatos e sofrimento de pessoas que têm contato comigo, mesmo que esporádico, pelas pautas e interesses em comum: fortalecer o esporte da cidade e oportunizar caminhos dignos a meninas e meninos.

Jarbas e Max são duas das mais de mil vidas perdidas que foram sentidas em JF. Sofri por estas perdas e imagino o luto – muito mais forte do que o meu – das famílias, que jamais irão se recuperar totalmente. Professor e atleta tiveram vidas moldadas e melhoradas pelo esporte. Acreditavam na recuperação do ser humano. E por Jarbas, por Max e pelo esporte, é nisto que acredito, mesmo que com um fio de esperança.

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