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Mais Manos e menos Barbieris

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O único invicto das Séries A e B do Campeonato Brasileiro nesta temporada é o Cruzeiro. Novamente campeão mineiro, detentor de bicampeonato da Copa do Brasil e dono da melhor campanha da Libertadores até aqui, a equipe que foi de Barcos e Raniel em 2018 hoje é de Fred. De Arrascaeta e Thiago Neves no ano passado, agora é de Marquinhos Gabriel e Rodriguinho. Em comum, além do sucesso? Mano Menezes.

A sequência dada ao treinador permitiu uma consolidação do modelo de jogo nas últimas três temporadas. Saem peças, entram novas, e o rendimento pouco sofre. A capacidade coletiva celeste garante a competitividade dentro ou fora de casa, assim como a condição de disputar títulos seja nos pontos corridos ou em mata-mata.

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Tudo a partir de um sistema defensivo sólido, com o recuo dos meias para aproximar as linhas. Sem a bola, Léo e Dedé formam dupla que, com atuações sérias, se complementa, protegida por volantes igualmente obedientes no campo tático, e com o zagueiro ex-Seleção impecável nas bolas aéreas defensivas. O melhor no país.

A filosofia ofensiva cruzeirense passa preferencialmente pelo avanço dos laterais na zona de construção do jogo, entre as intermediárias, e troca de passes curtos com os volantes e meias, em movimentação constante por triangulações, com o objetivo da superioridade numérica sobretudo nos lados do campo, originando cruzamentos para o finalizador Fred, detentor também de posicionamento diferenciado.

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O entendimento da proposta ofensiva de Mano Menezes fez Rodriguinho e Marquinhos Gabriel se encaixarem na equipe como uma luva. Assim já começa a ocorrer com Pedro Rocha. Sem contar o retorno de Thiago Neves e a chegada de Dodô em um dos elencos mais técnicos do país.

Cruzeiro de 2018 (esquerda) e de 2019: mudança nas peças, mas não no jogo

Não surpreende o sucesso da Raposa após perder Arrascaeta (e Thiago Neves, por lesão), por segurar Mano Menezes em nova temporada. Surpreendente será, nesta temporada, o sucesso do Goiás. Maurício Barbieri foi demitido com 73% de aproveitamento. A cultura do resultadismo é controversa. Por um vice-campeonato goiano e uma eliminação na Copa do Brasil, um trabalho de 14 vitórias e dois empates em 20 jogos foi descartado.

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Mas é justamente a situação de Barbieri a mais comum no país. E a que influencia diretamente no decadente nível do Brasileirão. Oito clubes terão novos trabalhos apenas nesta Série A. Esperam evolução? Improvável. Torcedores, imprensa e gestores precisam lutar por mais Manos e menos Barbieris.

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