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O esporte de JF não é para profissionais

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Difícil não se revoltar com uma notícia como a do JF Vôlei, trazida pela Tribuna na noite desta terça-feira (13), no site, e no impresso de hoje. Há uma possibilidade, que não é pequena, do único time profissional juiz-forano na elite de uma competição nacional – a Superliga masculina -, ser obrigado a desistir da vaga obtida de forma irreparável, dentro e fora de quadra, por falta de apoio da cidade.

Nem mesmo um título do tamanho de uma Superliga B parece comover o empresariado juiz-forano. Mesmo levando em conta as severas consequências da pandemia na região, essa notícia representa muito mais do que apenas uma possibilidade de desistência.

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Se não há interessados em expor a marca em um projeto que tem como prioridade a inserção de centenas de jovens no esporte, afastando-os de maus caminhos e contribuindo com a formação educacional, física e psicológica de cada um, o problema pode ser o preconceito com a gestão do esporte em Juiz de Fora ao longo dos anos. Explica um pouco, mas não justifica.

Não sou advogado de defesa ou assessor do JF Vôlei. Mas é um fato que não há, por exemplo, como comparar os valores das cotas de patrocínio do futebol com o vôlei.

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Certamente escrevo triste também pela empolgação que criei em poder voltar a cobrir o JF Vôlei em um torneio com os melhores atletas e times do país – e até do mundo. Por isso, ainda me surpreendo negativamente – mesmo depois de a cidade não receber um jogo que fosse em toda a campanha vitoriosa, com mando em Contagem (MG), no Ginásio do Riacho. Somente o JF Vôlei não jogou em casa levando em conta as outras equipes de todo o Brasil.

Como a colega Juliana Netto defendeu em sua coluna há semanas, de fato a cidade não mostra estar preparada para o esporte. Poucos valorizam a importância e a capacidade transformadora de um projeto esportivo. E muitos têm condição, sim, de ajudar, mesmo que minimamente. Importante, aliás, não generalizar. Alguns apoiam, sim, pelas leis de incentivo estadual e federal, repassando taxas de impostos devidos, mas com valor que deve ser usado em projetos sociais, salários da comissão técnica, despesas com viagens, alimentação etc, sem poder destinar a verba ao salário dos jogadores, principal dificuldade das agremiações na cidade.

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Sempre ouvi falar de pessoas, desgostosas com as gestões do esporte na cidade, que Juiz de Fora não era para amadores. Mas episódios como esse passam a mostrar que sequer é para profissionais. Que o tempo me faça profundamente enganado. E que o JF Vôlei confirme a vaga na Superliga tendo condições financeiras para tal.

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