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Levou a culpa

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Fiquei comovido com as lágrimas de Levir Culpi. Não as da lamúria, usadas durante todo Brasileirão como desculpa por derrotas ou para desmerecer méritos alheios. Mas com o choro de ontem, de quem queria dar continuidade a um trabalho bem feito e acabou descartado. Levir levou a culpa, já que, no Brasil, a regra é cortar cabeças a cada insucesso.

Só queria saber que insucesso é esse? Com 66 pontos e a dois jogos do final do torneio, os mineiros fazem uma bela campanha. Com tal desempenho estariam na disputa em três dos campeonatos realizados de 2006 para cá. Fosse em 2009, quando o Fla foi campeão com 67; em 2010, quando o Flu levou com 71; ou em 2011, quando o Corinthians fez 71, o Atlético ainda estaria na hashtag do #euacredito, e o sonho do título, vivo.

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Mas, ao que parece, a diretoria do Galo valoriza mais o roteiro óbvio da “caça às bruxas” do que uma trajetória vitoriosa, com as conquistas da Recopa, da Copa do Brasil, do Mineiro e do vice-campeonato nacional. O clube se escusa de culpa e joga no colo do treinador insucessos passados. Troca o certo pelo duvidoso e, assim como boa parte dos clubes brasileiros, perde a chance de seguir no atalho mais curto para as conquistas: o da continuidade. Afinal, não é à toa que o Corinthians de Tite levantou o caneco com a mão nas costas.

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