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A despeito dos vândalos

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Em julho, tive a oportunidade de conhecer pouquinho mais do nosso mundo. Uma semana no Uruguai foi pouco para satisfazer minha sede de novas vivências, mas o suficiente para respeitar a cordialidade e a politização dos hermanos. Em Montevidéu, o calendário me proporcionou uma oportunidade rara e pude assistir “in loco” a partida entre Nacional e Botafogo, pela Libertadores. Não escondo de ninguém meu corintianismo, mas embarquei para o Estádio Parque Central disposto a torcer pelos cariocas. A empreitada mostrou-se curiosa já no caminho de ida. Em uma van organizada na capital uruguaia, além de mim e do amigo José Alexandre Abramo – botafoguense e parceiro na empreitada, tinha pelo menos mais cinco juiz-foranos. Baita coincidência, só percebida com um comentário sagaz de um deles sobre a geografia urbana da cidade: “aqui tem um Parque Halfeld em cada esquina”.

Não fiz amizades de fé com os botafoguenses. Permaneci blasé em meu canto, com medo de que pudessem tachar o meu corintianismo de pé frio – acusação que seria absurda. Ainda assim, me envolvi de fato com o sentimento daqueles torcedores, que mostraram uma confiança superior ao bom momento vivido pelo Glorioso em campo.

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Assumi ali a vontade de ver o Botafogo campeão da Libertadores. Mas confesso que cogitei abandonar tal apoio diante de absurdos ocorridos no Engenhão na última quarta. Não dá para dividir torcida com pessoas que fazem emboscadas para agredir adversários. Não dá para dividir torcida com um sujeito que, ainda em 2017, comete injúrias raciais. Não devo levar a ideia adiante, no entanto, pelos amigos botafoguenses, por aqueles que foram ao Uruguai, e, principalmente, por ter a certeza de que vândalos não podem ser considerados torcedores. São só vândalos, mesmo.

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