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A força de um mecenas

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Há 40 anos, o torcedor do Atlético Mineiro sonha com a conquista do bicampeonato nacional. O Galo levantou a taça lá em 1971, no primeiro torneio que recebeu, de fato, o nome de Campeonato Brasileiro. Até no início da década passada, o time de Belo Horizonte era sempre tratado como o primeiro campeão brasileiro. Há quase dez anos, com a canetada da CBF, a coisa ficou confusa.

Mas, sou meio conservador com essas discussões. Na minha cabeça, o Atlético é o primeiro vencedor do Campeonato Brasileiro. Aos outros torneios, cabe o justo reconhecimento de suas importâncias. Acho estranho misturar alhos e bugalhos neste caso.

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O fato é que o Galo largou na frente há quatro décadas, mas parou por aí. Estacionou na primeira conquista e foi ultrapassado por muitos outros. Curiosamente, a sina acontece em torneios como a Copa do Brasil e a Taça Libertadores da América. Um título de cada um e para por aí, o que leva os torcedores rivais a exagerar na brincadeira de que todo título que o Atlético fatura é sempre um título inédito.

Nos últimos 40 anos, o Galo bem que tentou. Bateu na trave em algumas oportunidades. Foi vice-campeão brasileiro em quatro oportunidades. Em 1977, ficou atrás apenas do São Paulo; em 1980, acabou derrotado na final pelo Flamengo; em 1999, perdeu a decisão para o Corinthians, e, já na era de pontos corridos, em 2015, terminou o torneio na segunda posição, uma vez mais atrás do campeão Corinthians.

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A depender da história, sempre parece que o Galo vai ficar na trave. Mas esse ano, o feeling parece diferente. Com 15 rodadas, o Atlético lidera o Brasileiro. Na Libertadores, já eliminou o Boca e saiu na frente do River Plate nas quartas de final da competição. A minha sensação é de que o time tem tudo para virar essa página.

Mais do que o bom momento na tabela, o clube de BH tem um baita elenco, que está para ser reforçado a qualquer momento por um grande nome, o atacante Diego Costa. Nunca nestes últimos 40 anos, o Galo teve em mãos tantas condições para iniciar um novo capítulo em sua história, o de bicampeão.

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Com nomes como Arana, Nacho Fernández, Zaracho, Vargas e Hulk, o Atlético não deve nada em termos de elenco a nenhum clube brasileiro. Se vai ou não virar a página, são outros quinhentos. A exemplo do Palmeiras, que também briga por taças na temporada, a grande fase se dá graças à força de um mecenas. Bem diferente de outro atual bicho-papão do futebol brasileiro, que montou um grande elenco a partir da própria reorganização financeira. O resto dos times precisam correr, e muito, atrás.

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