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Sonhos e fantasmas

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No meu sonho, o tempo passava devagar. A ansiedade reinava em um mundo em preto e branco. Os cantos das unhas sangravam, roídas por dentes escondidos por um sorriso inquieto. Estava em um campo, rodeado por fantasmas de glórias e fracassos das últimas décadas. Queria ajudar, mas meu corpo permanecia ali. Parado. Sem vida.

No meu sonho, o tempo passava devagar. Eu lutava com todas as minhas forças para participar daquilo. Dois senhores sorriam e me passavam confiança de que meu desejo e meu destino seriam cumpridos. Comecei a gritar. Não de ansiedade. Muito menos de medo. Só para participar daquele duelo entre fantasmas.

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No meu sonho, o tempo passava devagar. Contudo, a cada grito sentia-me mais confiante de que aquilo poderia ser muito mais que um sonho. Ouvi o coro de outros. Eles também acreditavam. Com eles, eu poderia vencer a inércia. Exorcizar os fracassos. Escolher os fantasmas que me fazem bem.

O tempo já não passava. Com ou sem asas, decolei. Entendi toda a tensão e ansiedade que me imobilizavam quando, do alto, vi uma arquibancada de cores fortes, descolorida pelo preto e branco de uma paixão. Vi um Fantasma lutando por voos mais altos, com o apoio de seu verdadeiro torcedor. Toledo e Geraldo Magela sorriam, e me passavam a confiança de que meu desejo e meu destino seriam cumpridos.

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Acordei com um sorriso largo e a confiança de que sonhos são possíveis e a certeza de que, por tudo que passou, o Tupi merece o acesso à Série B. Que o tempo passe rápido até amanhã, quando será a hora de os carijós sonharem e jogarem juntos no Municipal.

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