O jornalista por natureza é ávido por informação. Consome notícias quentes e frias desde o desjejum. Mas, mesmo em um mundo em que sabores são cada vez mais explorados – os reality shows da moda que o digam -, cada um tem o seu prato preferido. Nem sempre é sofisticado. Muito pelo contrário. No meu caso, a opção certeira é sempre o noticiário futebolístico. É por lá que começo e termino o dia, como, acho, acontece com a maioria das pessoas que estão lendo este espaço.
Constatado o óbvio, uma pergunta é gritante: por que diabos dedicamos boa parte de nossos dias e atenção ao futebol, em que alguns imbecis matam e morrem a cada semana? Difícil responder. No meu caso, vejo na bola e em tudo o que gira em seu entorno uma válvula de escape das responsabilidades cotidianas. Em frente à TV ou da arquibancada, a sensação é de que todos são capazes de vencer. Mesmo que o revés se consuma após os 90 minutos finais, haverá sempre a esperança de sucesso no jogo, no campeonato ou na temporada seguinte. A sensação é de que esta paixão me faz ser capaz de renascer a cada derrota ou mesmo ao êxtase de cada triunfo.
Assim, peço licença para dedicar vida longa ao clube que me faz sentir espasmos de imortalidade: parabéns por seus 107 anos, Corinthians!