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Chegou o dia!

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Quando você estiver lendo essa coluna, eu, provavelmente, já estarei a alguns quilômetros de JF, rumo ao distrito de Torreões, primeiro ponto de parada da Caminhada da Fé. Ou, quem sabe, já terei percorrido os primeiros 30km do trecho e esteja com os pés de molho na água gelada? Tudo vai depender da hora que você estiver com os olhos neste texto.

Pois bem, escrevo essa coluna horas antes da largada, marcada para as 4h desta quarta-feira (17), ansiosa por iniciar este desafio.
Aliás, ontem já tive que encarar o primeiro dos muitos desafios que terei pela frente: fazer caber tudo o que tenho que levar em uma bolsa pequena. A ideia do desapego começa na bagagem. O jeito foi abrir mão de mais casacos e de um dos dois travesseiros que gosto de dormir. Nas próximas nove noites, apenas um travesseiro.

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Para proteger o colchonete fino do frio do chão, precisei recorrer a um isolante de borracha (mais volume na bagagem ). Mas esse cuidado é necessário para dormir em locais frios sem colocar a saúde em risco.

Na mala, nove mudas de roupa, cada uma dentro de um saco plástico. Todos os dias, após o banho, troco a usada pela limpa e, com ela, durmo e caminho no dia seguinte.

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Mais ainda: luva e touca de lã, meias de cano alto para proteger as canelas nas estradas de terra e apenas um casaco mais pesado para as madrugadas frias. A toalha é a mesma usada por nadadores, é fina, ocupa menos espaço e seca rápido.
Uma sandália própria de caminhada também vai na minha mala para o caso das bolhas me impedirem de usar o tênis.

E por falar em bolhas, elas são muito culpadas pelo sobrepeso da minha bagagem: vaselina, pomadas, ataduras, esparadrapo e algodão, um arsenal de produtos para prevenir (e combater) a inimiga dos caminhantes. Ainda sobrou um espaço (eu juro) para alguns poucos, mas necessários, cremes para hidratar minha pele seca.

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E o que todo mundo me pergunta: “você vai caminhar com essa bolsa nas costas?”. Não, de jeito nenhum. Um caminhão de apoio leva todas as bagagens dos romeiros. O veículo vai na frente para montar a cozinha, onde será preparado nosso almoço, e deixar tudo pronto para a chegada dos caminhantes no ponto de apoio. Este primeiro, em Torreões, será em uma escola.

Vou caminhar somente com uma pochete na cintura com soro para hidratar as vias respiratórios, água, um saquinho de mix de cereais, bananada e rapadura para dar energia, além, é claro, do celular, que vou usar para registrar tudo pelo caminho. Em uma das mãos levo um bastão que funciona como a “terceira perna”.

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Mala na mão, colchonete enrolado a duas cobertas e uma passada rápida para me despedir dos colegas da Tribuna. Muitos abraços e a certeza de que toda a equipe segue comigo no coração.

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