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Resistimos

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O corpo humano pode ficar cerca de um mês sem comida. Resiste. Sem água, suporta por uns três, talvez cinco dias. Mas resiste.

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Também resistimos por uns 3 minutos sem respirar – gente treinada fica 20.

Aguentamos frio de 5 graus abaixo de zero e calor de 50 acima.

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Resistimos à febre amarela, ao câncer, à AIDS e à tuberculose. Resistimos aos erros médicos, aos bêbados no trânsito e às notícias mentirosas. À indústria do cigarro. À dor do parto. Às pedras nos rins. A corações de pedra.

Resistimos a uma garrafa de pinga, a um amor traído, ao abandono.

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A ossos quebrados.

A Europa resistiu à Peste e a América resistiu à Europa.

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Os palestinos resistem a Israel e os iemenitas à Arábia Saudita.

Gandhi resistiu à Inglaterra e Mandela ao Apartheid.

A Rússia a Napoleão e os russos a Stalin.

Resistimos a Hitler, Médice, Mao e Bush. E Mugabe e Sharón e Hussein. Pinochet. Stroessner. Milosevic.

Resistimos a Brilhante Ustra.

À seca do nordeste. Ao desmatamento da Amazônia. À extinção da arara-azul.

Resistimos ao Massacre de Eldorado dos Carajás e à Chacina da Candelária.

Aos assassinatos de Marielle Franco e de Chico Mendes.

Resistimos ao 7 a 1. A Paolo Rossi. À aposentadoria de Zico.

Alessandro Zanardi perdeu as duas pernas numa corrida de carro e persiste correndo, de bicicleta, pedalando com os braços.

Alan Ruschel caiu de avião no chão. Resistiu.

Os haitianos perderam o chão e resistem. As avós da Praça de Maio perderam tudo e não desistem de procurar. Também resistem.

Tia Lourdes perdeu o marido Pedro e três filhos: Pedrinho, Circe e Fátima. Aos 90 anos, resiste.

E você acha

sinceramente

que nós não vamos resistir

a isso daí?

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