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Telo, o perfeito cobrador

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Semifinal do campeonato regional. Depois de duríssimos 90 minutos redundando em empate por 0 a 0, a igualdade entre as duas equipes, rivais históricas, persistiu na prorrogação. A decisão de quem iria à grande final seria realizada em cobranças de penalidades máximas.

Uma das equipes tinha Exímio Pegador de Pênaltis. Aproveitamento médio de uma defesa a cada três cobranças. Um carateca, uma pantera, um homem-elástico. Do outro lado, todavia, estava Telo, o Perfeito Cobrador. Telo, que em toda sua carreira jamais perdera uma única batida. Telo, a quem todos unanimemente consideravam um talento inquestionável, um quase-craque, não lhe escapasse um pequeno detalhe: aos 32 anos, jamais conquistara um único título no futebol.

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Após nove cobranças, o placar marcava 3 a 3. O time de Telo marcara três vezes: o quarto tiro parou nas mãos do Exímio Pegador de Pênaltis. Do outro lado, duas batidas desperdiçadas: uma para fora, outra na trave. Cabia ao Perfeito Cobrador fazer o que dele se esperava: acertar a derradeira penalidade e colocar o time na final do campeonato.

Eram ele e o Exímio Pegador. O carateca. A pantera. O homem-elástico.

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Não houve surpresa: goleiro num canto, bola no outro, o time de Telo na final, Telo a um jogo da glória.

Na grande decisão do campeonato, igualmente não houve surpresa: o time de Telo foi derrotado e ele terminou sua décima quarta temporada como quase-craque de várzea sem uma única taça na estante de casa, onde hoje acumulam-se canecos de exposição agropecuária e empoeirados budas de todas as cores. Pendurou as chuteiras na semana seguinte, sem jogo de despedida, sem estardalhaço, sem desculpas, sem lamento. Nenhum adeus para Telo, o Perfeito Cobrador sem título algum.

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