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A imaginação tem suas histórias…

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Toda criança inicia sua vida envolta em uma nebulosa, uma cortina quimérica que faz com que tudo seja imaginação. Quis a inteligência e a sabedoria da natureza que fosse assim, para que  não sofresse com os rigores da realidade. Para viver na realidade é necessário conhecimentos, tempo, vivências, e as crianças carecem desses elementos; precisam antes caminhar, aprender, desenvolver para chegarem a essa condição. Além da imaginação, encontramos mais duas faculdades mentais predominando na  infância: a observação e a memória. Sua capacidade de absorver o que vê e sente é assombrosa, chegando a ser comparada com uma esponja, que suga e capta manifestações, por vezes imperceptíveis. Todas essas imagens, sensações e emoções captadas durante esse período vão sendo depositadas na memória, como um grande baú, capaz de armazenar, sem seleção e critério, tudo o que é percebido, tal qual campo virgem e fértil pronto para receber a semente plantada. Isso é aprendizagem e também desenvolvimento.

Mas o que queremos que nossas crianças aprendam e desenvolvam em suas vidas? A qualidade desse conteúdo vai depender do nosso que fazer diário.

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As histórias e fatos que contamos, as formas de encarar e externar as experiências vividas, as imagens e conceitos captados na mídia, as palavras que pronunciamos (…) são guardadas na sua memória e “retiradas” da sua mente infantil durante as “brincadeiras fantasiosas”, reproduzido impressões e observações. São aqueles momentos em que estão livres  para criar as situações, usando dos elementos armazenados na memória para a manifestação dessa função semiótica… Nesta hora, podemos avaliar o que e como cada fato repercutiu no seu interno. Observar uma brincadeira espontânea da criança, é conhecer os pensamentos que habitam em seu mundo pessoal  e, ao mesmo tempo, avaliar o que temos ensinado, consciente ou inconscientemente.

Quanto cuidado é necessário  ter com nosso comportamento! É preciso desenvolver um verdadeiro estado de alerta, para oferecer o melhor em relação à  formação do caráter, que é, segundo González Pecotche, a fisionomia da alma. Temos que ter a consciência do nosso dever de educar!

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As histórias contadas devem ser selecionadas, regadas das melhores imagens e mensagens, evitando recursos negativos, palavras e desenhos sombrios e artificiais. As palavras repletas de docilidade e firmeza, valor moral e exemplos.

A imaginação é uma faculdade da inteligência que não precisa ser estimulada na criança, já que ela se manifesta por si só, é inata e cumpre uma função especialíssima de proteção e resguardo. Devemos evitar alimentá-la com nossas ilusões e fantasias, sob pena de inibir sua criatividade e poder.

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Quando lemos para uma criança, estamos dando oportunidade de invenção e articulação, no seu cenário mental, de  um repertório rico em cores, formas e vida: é a imaginação pulsando e colocando as imagens em ação.

Temos cercado nossas crianças de muitas e belas  histórias? Histórias contadas em livros, recordadas das suas vidas, resgatadas da infância do próprio filho\aluno. Contar a vida, parte da vida ou de toda a vida, própria e da natureza. Contar história que é também pegar o álbum de fotos, os cadernos da escola (dos pais e dos filhos), os livros da estante, os brinquedos… e dar vida, destacando o valor, o prazer, narrando sentimentos, aprendizagens, amadurecimento e alegria. Que belo e proveitoso uso da imaginação! Que maravilhoso exercício de encontro com nossos filhos e conosco mesmos!

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