Nos processos de gestão de pessoas nas micro e pequenas empresas, identificamos algumas dificuldades efetivas na liderança das equipes, principalmente com a delegação de responsabilidades. A expectativa de formar equipes eficientes se distancia da prática e se comprova nos baixos resultados alcançados.
As empresas, no papel de seus gestores, esperam pessoas com perfil inovador, que tenham iniciativa, proatividade e compromisso com os resultados. Entretanto, diversas questões que envolvem tais competências inviabilizam o sucesso, considerando que, muitas vezes, ao delegar, o líder acompanha a execução da tarefa de maneira excessiva, ou seja, os parâmetros da autonomia para a tomada de decisões não ficam claros.
Na prática, os depoimentos retratam situações muito comuns. Os líderes reconhecem que, ao identificar alguma dificuldade de seus colaboradores na realização de tarefas, por motivos de morosidade ou pouca habilidade, assumem imediatamente a realização da atividade e a sua conclusão. Agindo assim, eles se distanciam do seu papel de gerir não só resultados, mas pessoas. O ideal, nesses casos, é que o líder oriente sua equipe a identificar seus pontos fracos, e a estimule a buscar conhecimento para investir no crescimento profissional.
Considerando que as equipes são reflexos de seus líderes, esses devem se preparar melhor. E o investimento deve ir além da técnica e se estender no âmbito do autodesenvolvimento, assegurando a credibilidade, autoridade e a responsabilidade de ser o exemplo.
Delegar é um processo que envolve, inicialmente, questões como a avaliação dos perfis dos cargos e de seus respectivos ocupantes, considerando as atribuições e responsabilidades da atividade e o alinhamento da função com as competências técnicas e humanas do profissional.
Trocando em miúdos, o líder e os liderados devem compartilhar e alimentar uma relação de troca. As condições de trabalho, incluindo ferramentas apropriadas para a execução das tarefas, devem ser somadas à entrega de resultados corretos e de boa qualidade, que garantam o atendimento das necessidades da equipe, assim como da empresa. Esse relacionamento deve ser uma engrenagem que gira sem remendos, com clareza e eficiência que garantam a eficácia dos resultados.
Líder e liderados devem construir suas relações de trabalho de forma participativa e por meio do alinhamento de visão e objetivos. Esse relacionamento deve se pautar pelo exercício permanente da comunicação, buscando sempre expressar, com clareza, valores e percepções. É imprescindível que o líder reconheça a necessidade de investir no diálogo para, a partir de uma troca de feedbacks, elaborar um plano de ação.
Vale ressaltar a importância de se dedicar a essa troca de percepções, pois as mensagens que recebemos são carregadas de inferências construídas a partir dos valores e crenças individuais. Via de regra, nos preocupamos muito com a nossa capacidade de expressão, mas deveríamos estar mais atentos à forma como as pessoas entendem e interpretam as mensagens que recebem.
Diante de tais questões, podemos concluir e reafirmar que a gestão de pessoas deve ocupar o lugar mais estratégico em qualquer empresa, independente do seu porte. Os gestores devem abrir espaço em sua rotina para o desenvolvimento de sua equipe, além, claro, de se prepararem para assumir o papel de líderes.