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Pequeno guia prático de pragas publicáveis

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É notório que vivemos em tempos de violência e ódio gratuitos e, no caso do Brasil atual, nitidamente institucionalizados. “Gripezinha” pra cá; máscara descartada pra lá, sem falar em crises anunciadas com antecedência que foram ignoradas e acordos de vacina que foram recusados, vemos que logra êxito o plano de sucatear o país. Já o sonho de “matar 30 mil” segue a pleno superávit. Mas não vim falar de política.

Não tenho a menor pretensão de pregar a superioridade moral, espiritual ou cristã de “dar a outra face”. Como a maioria das pessoas, admitam elas ou não, meu impulso em caso de tabefe é querer revidar, obviamente. Quando se trata, então, de certas pessoas (ler com voz de indireta) em posições de liderança, é melhor não mencionar o desejo que me vem à cabeça. Não por temor de um fantástico castigo divino, mas por precaução contra um possível processo judicial, bem mundano.

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De qualquer forma, não pretendo fazer apologia hipócrita e carregada de culpa de “fazer o bem sem olhar a quem”. Pode até ser falha de caráter minha, mas não se deseja ou faz bonanças a quem só causa o mal. Assim, para meu resguardo jurídico e kármico, pensei em uma pequena lista de microdesgraças cotidianas publicáveis para desejarmos aos perpetradores de maldades das nossas vidas. Ok, para quem me refiro – não disse quem -, não chegam perto da reparação justa e até da prevista por lei, é só um alento para criaturas baixas como eu em ver gente ativamente má levando a pior. Desculpem-me a falta de nobreza.

Pisar descalço no Lego não podia faltar na lista, um clássico. Lavar a mão suja de manteiga. Espinha interna no nariz em dia de crise de rinite. Dor de barriga fora de casa. Na sequência, encontrar banheiro e só perceber depois que não tinha papel (atenção ao tempo verbal). Bater o mindinho do pé na quina mais estreita de móvel, fazendo um ângulo reto com o dedo ao lado. Farpa embaixo da unha. Quebrar um ovo podre na receita. Queimar a língua e/ou o céu da boca. Choquinho na torneira do chuveiro, em dia de pelinha de cutícula puxada. Cisco no olho. Coceira no olho. Micuim, terçol, qualquer coisa no olho. Pernilongo zumbindo na orelha na hora de dormir. Fio de cabelo na comida, que você só percebe na boca (ou pior: na garganta). Eu perderia muitas horas do meu dia listando pragas, mas deu para entender o espírito – convido vocês a aumentarem a lista com mais maldizeres.

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Um, em especial, martela em minha cabeça como um mantra, que repito incontáveis vezes por dia, com renovada fé: “Tomara que caia”.

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